No entanto, com os desafios sociais, económicos e ambientais, tem sido importante pensar em novas formas de tornar as práticas mais sustentáveis, de forma a antecipar e garantir o futuro do setor. Por isso mesmo, está a ser desenvolvido um robô de monitorização da vinha autónomo e com recurso a propulsão elétrica e energia solar, que pretende garantir melhorias na vitivinicultura no Douro e outras regiões da Europa.

O projeto VineScout foi iniciado em dezembro do ano passado e é financiado pelo Horizonte 2020, um Programa-Quadro Comunitário de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, tendo como grande objetivo o desenvolvimento de um robô acessível, fiável e fácil de operar que possa fazer medições de parâmetros chave da vinha que apoiem a vitivinicultura (por exemplo, a disponibilidade de água e vigor das videiras). A Symington Family Estates é o único player do setor vitivinícola – a nível europeu – escolhido para integrar este projeto, contribuindo com o conhecimento aprofundado de end user.

Do consórcio fazem ainda parte mais quatro parceiros: Universidade de Valencia e Universidade de La Rioja (Espanha); Wall-YE Robots & Software (França); e Sundance Multiprocessor Technologies (Reino Unido).

A coordenação do projeto – que tem financiamento até 2019 – está a cargo de Francisco Rovira-Más, professor da Universitat Politécnica de Valencia e especialista em robótica e engenharia agrícola. O VineScout está orçado em mais de dois milhões de euros, sendo que o contributo da União Europeia está fixado em cerca de 1,7 milhões de euros.

Primeira fase de ensaios

Na semana passada, o VineScout esteve a ser testado no terreno nas vinhas da Coleção de Castas da Quinta do Ataíde (Douro Superior) da Symington, permitindo aos investigadores perceber a usabilidade do robô em contexto real de forma a avançar para a próxima etapa de desenvolvimento. Durante estes ensaios, decorreu o evento “Dias de Agronomia” no qual participaram outras empresas nacionais produtoras de vinho, universidades e institutos de investigação e start-ups tecnológicas, que puderam acompanhar as provas de campo e participar numa mesa redonda de partilha de ideias.

Fernando Alves, responsável da Symington para Investigação e Desenvolvimento Viticultura, afirma estar muito satisfeito com o desenrolar dos ensaios práticos e considera que o contributo dos participantes foi de grande valor para o avanço do projeto.