Entre as contas hoje apagadas, está a de Richard Spencer, um representante do movimento da “direita alternativa” que defende ideias nacionalistas e se afirma convicto da superioridade da raça branca, e também outras contas associadas à sua revista e ao seu centro de reflexão.

“Basicamente, a totalidade da minha presença numérica no Twitter foi suspensa”, indicou Richard Spencer num vídeo divulgado no YouTube, acusando: "Isso é estalinismo empresarial, há uma gigantesca purga em curso”.

O supremacista comparou também a suspensão de contas no Twitter à “Noite das Facas Longas”, em que Adolf Hitler ordenou o assassínio dos seus opositores para consolidar o seu poder na Alemanha, em 1934.

Contactada pela agência noticiosa francesa AFP, a administração do Twitter remeteu para o seu regulamento de utilização, que proíbe “as ameaças violentas, o assédio moral, a incitação ao ódio”, e sublinhou uma passagem em que se lê que não autoriza contas “cujo principal objetivo seja incitar a fazer mal aos outros”, recordando a sua promessa de adotar medidas para um melhor cumprimento das suas normas.

Nesse sentido, a rede social tinha anunciado um dia antes, quarta-feira, o lançamento de uma nova ferramenta para combater o assédio moral: alargou o âmbito de utilização da função “mute”, que permite aos utilizadores bloquear as notificações procedentes de contas de “trolls” ou de pessoas que enviam mensagens inapropriadas, e permitirá igualmente denunciar os abusos de que outros utilizadores são vítimas.

As redes sociais estão atualmente em fase de pleno exame de consciência, depois de terem sido acusadas de ajudar Donald Trump a ganhar as eleições presidenciais dos Estados Unidos, ao deixar circular informações falsas, nomeadamente.

Elas procuram também há algum tempo encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e o combate às intimidações e agressões.

O Twitter tinha já em agosto anunciado que suspendera 360.000 contas desde meados de 2015, no âmbito da sua luta contra as publicações que promoviam o terrorismo.

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