"Esperamos realmente estar preparados para abolir as taxas de 'roaming' na União Europeia até 15 de junho de 2017", disse Andrus Ansip, numa conferência de imprensa no âmbito da abertura oficial da Web Summit, que decorre entre hoje e quinta-feira, em Lisboa.

No que se refere ao fim das taxas de 'roamig', "temos de alcançar um compromisso entre os países do Sul e os países do Norte. Temos de proteger aqueles investimentos que os operadores têm de fazer para fornecer serviços aos turistas nos países do Sul e, ao mesmo tempo, temos de proteger os [investimentos] mais inovadores e acessíveis, nos países do Norte", advogou o responsável europeu.

No passado dia 09 de setembro, a Comissão Europeia retirou a sua proposta sobre o fim das taxas de 'roaming' previsto para junho de 2017, seguindo instruções dadas pelo seu presidente, Jean-Claude Juncker, devendo um novo texto ser apresentado a curto prazo.

A proposta então retirada previa um limite de 90 dias por ano ou 30 dias seguidos para o uso de 'roaming' gratuito, após o qual as operadoras passariam a cobrar taxas.

A Comissão Europeia recordou ainda que no acordo com o Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu ficou definido que terá de haver meios de evitar que o 'roaming' seja usado sem ser num regime de viagens periódicas - a chamada política de utilização responsável.

"Portanto, temos de negociar e alcançar um consenso", insistiu Andrus Ansip, que acrescentou: "É absolutamente claro que os custos das taxas de 'roaming', mesmo que sejam atualmente 96% mais baixas [tarifas de dados], os restantes 4% continuam a agir como barreiras para as pessoas".

O vice-presidente responsável pelo Mercado Único Digital manifestou ainda a sua discordância com os países do Sul da Europa, que se queixam dos preços elevados por unidade, mesmo quando o consumo de dados aumenta.

Desde 2009, que os preços das mensagens escritas (SMS) e de utilização de Internet no estrangeiro através de telemóvel têm vindo a baixar na União Europeia. Até hoje, os custos de ?roaming' diminuíram 96%, tendo agora de ser encontrado um consenso para eliminar os restantes 4%.