“Há um ‘site’ que se chama o www.oanoempalavras.pt e nesse ‘site’ a Priberam, em parceria com a Lusa, juntou as palavras selecionadas acompanhadas de uma fotografia e de uma das notícias que motivaram esse conjunto de pesquisas por essa palavra durante o ano, o que nos permite um retrato rápido do ano 2017 em palavras e com imagens e noticias”, disse à Lusa a linguista do Priberam Helena Figueira.

Deste modo, são ilustrados, com conteúdos da agência de notícias, as pesquisas no Dicionário Priberam relacionadas com os principais eventos que marcaram a atualidade do ano a nível político, económico e social, e que justificaram que “um conjunto considerável de pessoas pesquisasse essa palavra no dicionário”.

Um dos exemplos referidos por Helena Figueira é a palavra “armão”, uma das mais pesquisadas em janeiro, decorrente da morte do antigo Presidente da República Mário Soares.

Isto aconteceu porque “as pessoas liam ou ouviam notícias relacionadas com as cerimónias fúnebres e nessas notícias era referido o armão militar em que foi transportada a urna de Mário Soares”, explicou a linguista.

“Este é um exemplo de uma palavra que encontrámos na nuvem de palavras diárias. Nós temos uma nuvem que nos mostra as pesquisas e este é o exemplo de uma palavra que encontrámos na nuvem diária e que era decorrente da atualidade noticiosa dessa semana, desse dia”, acrescentou.

Além de “armão”, entre as mais de duas centenas de palavras que estiveram no topo das consultas no Dicionário Priberam, foram selecionadas 25 (por ordem cronológica): promulgar, exoplaneta, geringonça, desfaçatez, equinócio, cartilha, amnistia, preces, tetra, califado, dantesco, cigano, transgénero, supremacista, reivindicar, condolências, heresia, hecatombe, arresto, probidade, sedição, exonerar, intifada e cabala.

Todos os anos, são analisadas na Priberam as palavras mais pesquisadas ao longo do ano, aquelas que têm um “volume considerável de pesquisas, que permitem fazer um top ou uma hierarquia”.

Este ano, o trabalho foi feito em parceria com a Lusa e chegou-se a um conjunto de palavras, que foram organizadas de janeiro a dezembro e que “refletem a atualidade do ano e ilustram o ano em palavras”.

Segundo dados do Dicionário Priberam, ao longo do ano registaram-se mais de 130 milhões de consultas desde janeiro de 2017.

No mesmo período, houve um crescimento significativo, quer em termos do número de sessões (mais 24% face a 2016), quer em número de utilizadores – mais 34% para um total que ultrapassou 33 milhões até meados de dezembro, provenientes de quase todos os países do mundo: 230 países ou territórios, o último dos quais Palau, que surge em 230.º lugar, com uma consulta.