Escavações numa caverna a oeste de Qumram, na Cisjordânia, revelaram que os Manuscritos do Mar Morto do Segundo Templo estavam ali escondidos e foram saqueados por beduínos (povo nómada) em meados do século XX. As escavações foram conduzidas por arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, que divulgou hoje os resultados.

As escavações, as primeiras ao fim de mais de 60 anos, foram feitas numa nova caverna, que será numerada como '12' pelos arqueólogos.

Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de rolos de textos e fragmentos de textos encontrados nas cavernas de Qumran, na Cisjordânia, nas décadas de 1940 e 1950, sendo considerados a versão mais antiga do texto bíblico. O período do Segundo Templo corresponde ao ano 516 a.C.

Na caverna nº12 foram descobertos frascos partidos (onde eram guardados os rolos) e tampas do período do Segundo Templo, que estavam escondidos em cavidades ao longo das paredes e num túnel profundo, assim como um pano que embrulhava os rolos, uma corda que amarrava os manuscritos e um pedaço de couro trabalhado de um dos manuscritos.

Foi também encontrado, no túnel, um par de 'cabeças' em ferro de picaretas dos anos 1950, que, segundo os arqueólogos, prova que a caverna foi saqueada. A descoberta de cerâmica, lascas de sílex e pontas de seta revela, ainda, que a caverna foi usada na pré-história, nos períodos Calcolítico e Neolítico.

Em 1947, os primeiros manuscritos foram encontrados numa caverna nas margens do Mar Morto, reza a história que por um jovem pastor beduíno . A notícia espalhou-se rapidamente e despertou desde então o interesse da comunidade científica. Nas onze cavernas de Qumran foram encontrados cerca de 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos que são designados por Manuscritos do Mar Morto e considerados a versão mais antiga do texto bíblico, datando de mil anos antes do que o texto original da Bíblia Hebraica, usado pelos judeus atualmente. Os Manuscritos estão guardados no Santuário do Livro do Museu de Israel em Jerusalém.