Abraham Poincheval passou a última semana fechado dentro de uma rocha de doze toneladas dentro do museu Palais de Tokyo, um museu de arte contemporânea na capital de França. Lá dentro, sentado numa zona da rocha recortada com a sua figura, Poincheval passou sete dias a comer fruta cozida e purés, num pequeno espaço ventilado e equipado com alguns itens pessoais.

Assim que saiu da rocha, sobre vários aplausos, o artista francês fez um check-up médico rápido afastado da multidão que o esperava.

Dez minutos depois, Poincheval voltou para junto do público para revelar a sua felicidade por ter vivido tal experiência que o levou a fazer uma viagem de autodescoberta, embora difícil de processar, especialmente no imediato.

O artista contou como durante este período viveu momentos vertiginosos, estados sonhadores e alucinatórios - tudo isto como parte do seu desejo de explorar diferentes conceitos de tempo para diferentes espécies e objetos naturais nas suas performances.

"Há momentos muito fortes de vertigem. Posso dizer-vos que o mundo se desmorona monstruosamente. E isso é ótimo porque é um prazer, um dom, mas ao mesmo tempo ocorreram momentos de perda sobre mim mesmo. De repente há um 'bam' e nós não sabemos mais onde estamos. Mas estamos ali. E isso é ótimo”, disse Abraham Poincheval.

Esta não foi a primeira vez que o artista se enclausurou num espaço. Abraham Poincheval, em 2014, passou treze dias dentro de uma escultura de um urso, no Museu da Caça e Natureza de Paris, alimentando-se apenas de vermes e besouros de forma a espelhar a dieta do animal.

A sua próxima performance tem data marcada para os últimos dias deste mês. Poincheval vai imitar uma galinha e chocar alguns ovos.