Comissariada por Sandra Guimarães, a exposição irá reunir uma seleção de obras representativas, que vão desde o início da carreira até à atualidade, e incluem desenho, pintura, colagem, vídeo, performance e escultura, algumas das quais nunca antes expostas, segundo o ‘site’ do centro de arte valenciano.

“Performar a natureza” reflete sobre “as temporalidades da natureza, os seus abrigos e as suas qualidades vivas e orgânicas”, reunindo ainda uma obra monumental criada expressamente para aquele espaço da Fundação Per Amor a l’Art.

Nesta obra de grandes dimensões, o artista entende o espectador como mais um elemento da instalação, já que “a experiência do visitante integra a própria obra e a transforma”, descreve o texto sobre a exposição que conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Madrid e do Instituto Camões.

Carlos Bunga, nascido no Porto, em 1976, e a viver atualmente em Barcelona, desenvolve uma obra de intervenções em lugares escolhidos previamente, que modifica através de materiais do quotidiano como papelão, tinta e fita adesiva.

O seu trabalho é reconhecido pelas instalações de grandes dimensões, elaboradas como estruturas arquitetónicas que muitas vezes destrói em performances, ou até mesmo antes da abertura da própria exposição.

A partir da pesquisa pictórica, Bunga desenvolveu uma linguagem pessoal que desconstrói a disciplina da pintura: “As suas pinturas expandidas deslizam por pisos e paredes, tensionando os limites da obra, repensando os seus suportes e superfícies, espalhando as obras para outros lugares físicos e conceptuais, e materializando-se em construções de instalação que se tornam espaços performativos”, aponta ainda o texto.

Nas novas obras, os materiais habituais cruzam-se com “elementos como ramos e folhas que se entrelaçam e diluem nas suas composições, integrando-se em um único objeto material que subtilmente nos leva a questionar nossa própria posição no mundo”, assinala o centro de arte, responsável pela organização da exposição.

O trabalho de Bunga tem sido exposto em museus e centros de arte internacionais como o Museu de Serralves, no Porto (2012), o Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México (2013), o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa (2019), a Whitechapel Gallery, em Londres (2020), ou o Museu Nacional Rainha Sofia (2022), entre outros.

Carlos Bunga formou-se na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, estudou também em Nova Iorque, e venceu o prémio EDP Novos Artistas em 2003.

“Performar a natureza” ficará patente na Fundação Per Amor a l’Art – Centro de Arte Bombas Gens, em Valência, até 15 de outubro.