O documentário da BBC, que será exibido hoje pela primeira vez, dá a conhecer os rituais e as motivações dos que, mais de dois séculos depois, continuam profundamente ligados à obra de Jane Austen.

Há até um “Festival de Jane Austen”, que decorre anualmente na cidade de Bath, cenário dos romances “Northanger Abbey” e “Persuasão”, desde 2000.

Entre bailes que evocam os dos livros da escritora e pessoas vestidas a rigor, o documentário propõe-se a perceber o que é que "a filha de um vigário de Hampshire" significa para a legião de fãs, que a sua obra ainda reúne.

Entre eles está Sophie Andrew, autora do blogue “Laughing with Lizzie”, uma referência à protagonista de "Orgulho e Preconceito", e embaixadora da “Jane Austen Literacy Foundation”.

Para Sophie, de 21 anos, ler Jane Austen começou por ser uma forma de escapismo.

“A minha vida familiar na altura não era muito agradável. […] Era fantástico ter a Jane como lugar para escapar”, diz a jovem, antes de mostrar um quarto repleto de livros, roupas e decoração reminiscente do período em que autora viveu.

Já Yasmin Zaman, professora de yoga, defende que Jane Austen é capaz de fazer “com que as pessoas se exponham como ridículas ou hipócritas ou totalmente desprovidas de compaixão”.

Yasmin relê constantemente as obras da autora. Fica-se a conhecê-las melhor com cada leitura, justifica, "é como ver uma repetição na televisão".

Entre os fãs retratados no documentário está também Zack Pinsent, alfaiate de roupas de época, que se veste sempre com fatos extravagantes inspirados no período da ‘regência’ e atribuí a Austen o enorme fascínio que a época ainda exerce nos ingleses.

O documentário é exibido hoje, na BBC One, e vai ser disponibilizado 'online' antes da nova transmissão, no dia 22 de julho, na BBC Two.

Assinala-se na terça-feira, 18 de julho, o bicentenário da morte da escritora nascida em 1775, uma das mais conhecidas romancistas britânicas, célebre pelo retrato acídico da sociedade inglesa do período georgiano, e cuja popularidade é renovada com a frequente adaptação das suas obras ao cinema e à televisão.

A série da BBC baseada em "Orgulho e Preconceito" (1996), com Colin Firth, bem como a adaptação do livro ao cinema pelo realizador Joe Wright, em 2005, e o filme "Sensiblidade e Bom Senso" (1995), de Ang Lee, são algumas das adaptações que levaram a obra da escritora ao grande público, nas duas últimas décadas.

Ainda no início do maio, a Biblioteca Nacional de Portugal organizava a exposição “Jane Austen em Portugal: (con)textos” que expunha algumas das primeiras traduções das obras da autora, bem como alguns textos que terá escrito durante a juventude.

Os universos ficcionados nas suas narrativas “continuam a seduzir o público do século XXI, sendo certamente das mais lidas romancistas britânicas”, referia a biblioteca, considerando “notório o interesse crescente pelos seus seis romances e pela sua ‘obra menor’, bem como pela sua biografia”.

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