“Será um momento propício para debater os problemas e os desafios que hoje se colocam, quer à crítica jornalística, quer à crítica ensaística, nas suas diferentes mas também comuns dimensões”, disse à agência Lusa um dos organizadores, António Apolinário Lourenço, professor da FLUC.

Subordinado ao tema “A crítica ao espelho”, o programa é uma iniciativa conjunta do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e da Associação Portuguesa de Críticos Literários, que consideraram “oportuno reunir, num encontro abrangente, os diversos agentes que compõem o universo plural da crítica literária portuguesa”.

Pedro Mexia junta-se ao É Desta Que Leio Isto no próximo encontro, marcado para dia 19 de outubro, pelas 21h00.

Poeta e crítico literário, escolheu para a conversa no clube de leitura o livro "A Terra Devastada", de T. S. Eliot.

Para se inscrever no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link. No dia do encontro receberá um e-mail com todas as instruções para se juntar à conversa.

Pedro Mexia, da poesia às traduções

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972, e licenciou‑se em Direito pela Universidade Católica. Escreveu crítica literária e crónicas para os jornais Diário de Notícias e Público e também faz traduções; atualmente colabora com o semanário Expresso. Além disso, é um dos membros do "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer" (SIC Notícias) e mantém, com Inês Meneses, o programa PBX. Foi subdiretor e diretor interino da Cinemateca.

T.S. Eliot e "A Terra Devastada"

A estreia de T. S. Eliot na poesia deu-se em 1915, na revista Poetry, de Chicago, onde saiu um dos seus mais famosos poemas, The Love Song of J. Alfred Prufrock. Este e outros poemas constituíram, em 1917, o seu primeiro livro

Em 1922 surgiu o poema The Waste Land — "A Terra Devastada", na tradução em português —, considerado um dos mais belos e mais importantes poemas do Modernismo.  O tema de The Waste Land é a decadência e fragmentação da cultura ocidental, concebida imaginativamente por analogia com o fim de um ciclo de fertilidade natural. O poema divide-se em cinco partes, que não obedecem a uma sequência lógica, e estende-se por 433 versos. A justaposição de símbolos, imagens, ritmos, citações e sequências temporais, contribuem para a dimensão épica do poema e reforçam a sua coerência artística.

“O exercício da crítica literária em Portugal conheceu nas últimas décadas alterações tão substanciais como contraditórias”, salientou António Apolinário Lourenço.

Se, por um lado, “diminuiu consideravelmente o espaço dedicado às recensões de obras literárias na imprensa periódica”, por outro, “multiplicaram-se as revistas culturais e literárias ligadas a departamentos universitários, mas sem a preocupação de acompanhar a dinâmica editorial” do país.

“Esse acompanhamento é hoje predominantemente feito na internet”, designadamente “nas redes sociais e em blogues de diversos tipos”, adiantou o docente da Faculdade de Letras de Coimbra.

Além de especialistas universitários, participam nomes da literatura e da crítica literária, como José Carlos de Vasconcelos e Pedro Mexia, entre outros.

O início dos trabalhos, na segunda-feira, está marcado para as 09:00, seguindo-se a conferência de abertura, proferida por Carlos Reis, intitulada “Eça de Queirós ou a crítica como ficção”.

A conferência de encerramento, na terça-feira, às 18:00, tem por título “Ler de outra maneira” e foi confiada a Manuel Frias Martins.

Em simultâneo, na Sala Ferreira Lima, no 6.º piso da FLUC, entre segunda e quarta-feira, pode ser visitada uma exposição de “algumas das mais importantes revistas literárias" produzidas em Coimbra, do final do século XIX à atualidade, com destaque para A Folha, Presença e Vértice.