“A recriação deste matrimónio está, por isso, no centro da feira medieval que se celebra precisamente no local onde o casamento ocorreu, no mosteiro gótico românico de Leça do Balio, situado nas margens do rio Leça”, disse o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, no programa hoje divulgado.

Este matrimónio, que aconteceu em 1372 e que deu origem à crise de 1383-1385, vai ser recriado no domingo, dia 10, às 16:30, 745 anos depois, com um desfile de guerreiros, acrobatas, nobres, clérigos e membros do povo.

Além desta recriação histórica, os visitantes poderão, durante os quatro dias do evento, recuar no tempo com cavaleiros, saltimbancos, encantadores de serpentes ou guerreiros travando combates de capa e espada espalhados pelo recinto.

As pessoas terão ainda a oportunidade de ver artesãos a trabalhar ao vivo, provar doçaria conventual preparada segundo as receitas medievais, assistir a cerimónias de ordenação de cavaleiros, observar peregrinos a serem recebidos pelos monges hospitalários e participar em espetáculos de demonstrações de falcoaria ou torneios a cavalo.

Sendo um evento para miúdos e graúdos, os mais novos terão a oportunidade de participar em oficinas para os transformar em monarcas, em teatros de marionetas ou jogos infantis.

Do programa constam ainda a recriação de várias lendas locais, visitas guiadas ao Mosteiro de Leça do Balio e um passeio noturno liderado pelo historiador Joel Cleto.

Nesta sua 12.ª edição, a autarquia espera receber “largas dezenas de milhares” de pessoas, depois de em 2016 ter esgotado os bilhetes diários com a entrada de cerca de 60 mil visitantes.

Organizada pela câmara, a feira medieval visa promover os Caminhos de Santiago no concelho, bem como divulgar o Mosteiro de Leça do Balio, um dos monumentos “mais emblemáticos” do Norte de Portugal e sede da Ordem dos Cavaleiros de S. João de Jerusalém do Hospital, conhecidos como hospitalários.

Os Caminhos de Santiago são hoje, como no passado, e para lá da sua vocação religiosa, veículos privilegiados de difusão e enriquecimento cultural, artístico e recreativo, entende a autarquia.