A peça centra-se sobre a loucura e as várias máscaras que os seres humanos utilizam, consoante as funções que desempenham, de acordo com o encenador.

Com versão cénica e encenação de João Mota, “Henrique IV” gira em torno “da realidade e da fantasia, da tensão e da loucura, e faz-nos pensar sobre quem são afinal os loucos”, disse João Mota à agência Lusa.

Com esta nova produção sob nome próprio, que sucede a “O terrorista elegante”, de Mia Couto e José Eduardo Agualusa, peça apresentada em outubro último, a Comuna tem ainda por objetivo comemorar os 50 anos de carreira de Carlos Paulo, um dos fundadores da companhia.

“Henrique IV” foi a última peça escrita por Luigi Pirandello, em 1921, e trata-se de um drama em três atos.

Centra-se num homem que perde a memória, na sequência de uma queda de um cavalo, e que acaba por se assumir como Henrique IV, personagem que representava numa festa de carnaval, acabando por viver a ficção.

Ao fim de 15 anos, porém, o homem acaba por admitir ter recuperado a memória há muito, tendo preferido viver a farsa.

“Esta peça acaba também por nos fazer refletir sobre as várias personagens que assumimos ao longo do dia. Para falarmos com a mãe desempenhamos um papel, no trabalho, outro, com os amigos, outro, e assim sucessivamente. E esta peça também nos faz pensar muito sobre isso”, disse João Mota.

É uma peça sobre “o faz-de-conta que qualquer ser humano acaba por viver no dia-a-dia”, frisou.

Com tradução de Margarida Periquito, “Henrique IV” é interpretada por João Mota, Custódia Gallego, Carlos Paulo, Guilherme Filipe, Hugo Franco, Maria Ana Filipe, Igor Sampaio, Miguel Sermão, Francisco Pereira de Almeida, Rogério Vale e Gonçalo Botelho.

“Henrique IV” vai estar em cena até 28 de maio, com espetáculos de quarta-feira a sábado, às 21:30, e aos domingos, às 16:00, na sala nova do teatro A Comuna.

A 30 e 31 de maio subirá ao palco do pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém.