O cantor foi um dos participantes de uma mesa redonda sobre a Depressão, tema do Dia Mundial da Saúde, tendo dado o seu testemunho sobre o estado a que chegou, nomeadamente devido ao alcoolismo que sofreu durante 50 anos.

Aos 67 anos, Jorge Palma vive hoje sem a dependência do álcool, graças a uma cura que encontrou numa estrutura do Estado (Unidade de Alcoologia de Lisboa), depois de dar por si, em 2014, a começar o dia com 20 cervejas, seguidas de vinho, whiskies e brandies.

O exemplo de Jorge Palma, que nunca escondeu que bebia, sublinhou a importância de saber pedir ajuda, como fez o músico quando se apercebeu que “não estava a conseguir”.

Num debate moderado pelo psiquiatra e investigador português Tiago Reis Marques, os presentes reconheceram a importância de pedir ajuda, como afirmou Nélia Rebelo da Silva, coordenadora da unidade de psicologia clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC).

“As pessoas têm mais dificuldade em procurar ajuda pela dor emocional”, afirmou.

A especialista referiu que “Portugal tem bons profissionais, com boa preparação”. “Podemos é não estar a aproveitar da melhor forma”.

A cerimónia prosseguiu com a atribuição do Prémio Nacional de Saúde de 2016 ao cirurgião António Gentil Martins, tendo em conta “a sua notável carreira assistencial, o seu contributo singular para a inovação de técnicas cirúrgicas, a extensão do acesso a modernas intervenções por parte da população pediátrica e o exemplo de cidadania interventiva que lega ao sistema de saúde”.

O médico começou por dizer que é “uma pessoa de sorte”, tendo em conta a sua ascendência ligada à medicina e partilhou aquilo que considera ser a chave para o futuro do país: a natalidade.

“Sem resolvermos o problema da natalidade não vamos a lado nenhum”, afirmou.

A cerimónia prosseguiu com a atribuição de Medalhas de Serviços Distintos do Ministério da Saúde.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, agradeceu o testemunho de Jorge Palma e sublinhou a importância de quebrar os muros em torno do estigma que rodeia a saúde mental.

“Temos de ser capazes de dar as mãos” no combate à doença, disse.

Adalberto Campos Fernandes aproveitou o Dia Mundial da Saúde para anunciar o novo Prémio de Bioética João Lobo Antunes, destinado a jovens investigadores e com o qual pretende dar continuidade ao trabalho do “professor João”, falecido em outubro do ano passado.

O Dia da Saúde começou com a inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados em Saúde Mental/Residência do Restelo, um evento que contou com a presença do primeiro-ministro e dos ministros da Saúde e do Trabalho e da Segurança Social.

Trata-se de uma unidade piloto de prestação de cuidados continuados integrados de saúde mental da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial (AEIPS), com uma estrutura residencial, localizada na comunidade, destinada a pessoas clinicamente estabilizadas com grande incapacidade psicossocial e impossibilitadas de serem tratadas no domicílio.

Esta residência recebeu os últimos doentes internados no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, alguns há mais de 40 anos.

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