O título “Crónicas II”, de Lobo Antunes, é publicado em outubro pela D.Quixote.

António Lobo Antunes, 81 anos, médico psiquiatra e um dos escritores mais premiados, para combater a depressão que diz existir em todas as pessoas, escreve romances nos quais fala da solidão, da morte, do amor, da loucura e, invariavelmente, da guerra colonial, em que participou.

Estreou-se literariamente em 1979 com “Memória de Elefante”, a que se seguiu “Os Cus de Judas”. O seu anterior livro de crónicas foi publicado em 2021.

Também em outubro é publicado “Compêndio para Desenterrar Nuvens”, do moçambicano Mia Couto, sob a chancela da Editorial Caminho. Trata-se de uma recolha de contos que o autor tem vindo a publicar mensalmente na revista Visão, tal como aconteceu num volume anterior intitulado “O Caçador de Elefantes Invisíveis”.

Ainda em outubro e pela mesma editora, sai “Desventuras de um Governador nos Trópicos”, do cabo-verdiano Germano de Almeida. Um romance passado no início do século XVIII em Cabo Verde e que trata dos amores de um governador casado com uma sobrinha, bem mais nova e que o trai com um alferes médico da guarnição local que acabou por morrer num calabouço na Guiné, para onde o vingativo governador o enviou.

O novo livro de Rodrigo Guedes de Carvalho, “As Cinco Mães de Serafim”, é publicado pela D. Quixote em outubro. Uma história que se estende por um século, iniciando-se em 1923, na Foz do Douro, no Porto, quando nasce Maria Virgínia Landim da Silva, numa “casa imponente da alta burguesia”, onde cem anos depois vive o seu filho, o maestro Miguel Serafim.

O ator Edmundo Rosa estreia-se como romancista, com a obra “Deus foi de Férias”, a sair neste mês de setembro. Trata-se de um romance com base numa história verídica que “aborda os temas de abuso, amor, morte, e de como vivemos, ainda, numa sociedade patriarcal”. “Uma história de superação de uma mulher que é raptada e mantida em cativeiro durante vários anos."

Também este mês, pela Oficina do Livro, é publicado “Os Meninos da Palhavã”, de Isabel Lencastre, que recupera a história de três dos filhos ilegítimos do rei João V, Gaspar, António e José.

Gaspar foi arcebispo primaz de Braga, “António e José sofreram humilhações públicas e foram alvo de punições severas”, lê-se no texto de apresentação, enviado à agência Lusa o grupo editorial. O Grupo Leya conta 14 editoras e chancelas, entre ela a Ndjira, em Moçambique e a Nxila em Angola, além das portuguesas D. Quixote, Editorial Caminho e Gailivro, entre outras.

Também este mês é publicado “O Monte do Silêncio”, de Francisco Camacho, cuja ação narrativa se desenrola numa herdade alentejana. O título é publicado dez anos depois de “A Última Canção da Noite” e é apresentado pela LeYa como “um ‘thriller’ psicológico trepidante, um livro fortemente cinematográfico e uma crítica a uma certa elite portuguesa que se considera intocável”.

As edições Asa publicam este mês o segundo romance da trilogia e epílogo “Zuckerman Acorrentado”, de Nathan Zuckerman, personagem fictícia criada pelo escritor norte-americano Philip Roth, que a utiliza como protagonista e narrador, uma espécie de alter ego, em muitos de seus romances.

O “fio condutor de todos os livros e alter ego de Roth, é um pretenso eremita que, apesar da fama recentemente conquistada como escritor de sucesso, se afasta dos seus amigos mais antigos, rompe o seu casamento com uma mulher virtuosa e compromete, de forma talvez irreparável, a sua afetuosa relação com o irmão mais novo, e tudo isto por causa da sua grande sorte”.

A obra poética reunida de Ana Paula Tavares, incluindo um conjunto de poemas inéditos, “Poesia Reunida seguido de Água Selvagem”, é publicada em novembro pela Editorial Caminho que publicará no mesmo mês “Curtos Amores tão Longa Vida”, de Daniel Sampaio. Trata-se de uma “reflexão sobre a vida de um casal”.

Surgirá igualmente o terceiro volume da série “Berger & Blom”, “O próximo és Tu”, do sueco Arne Dahl. Nesta narrativa, o ex-inspetor Sam Berger envolvido em suspeitas de homicídio, ao mesmo tempo que uma ameaça terrorista impende sobre Estocolmo, e um assassino procurado está em liberdade.

A lista de novos títulos da LeYa, a saírem até ao final do ano, inclui ainda “O Homem que Queria ser Amado e o Gato que se Apaixonou por Ele”, do jornalista italiano Thomas Leoncini, o romance gráfico de Agustina Guerrero “A Viagem”, “Lições de Grego”, um romance da sul-coreana Han Kang, que em 2016 venceu o Prémio Internacional Booker com “A Vegetariana”, “Glória”, da zimbabueana NoViolet Bulawayo, livro que foi finalista do Booker Prize e do Rathbones Folio Prize e nomeado para o Women’s Prize for Fiction neste ano.

Pelas Publicações D. Quixote será editado “Gabo e Mercedes: Uma despedida”, do autor argentino Rodrigo García, "relato íntimo" dos últimos dias do Nobel da Literatura Gabriel García Márquez.

A mesma editora publica o primeiro romance de Vassili Grossman, pseudónimo literário do jornalista da ex-URSS Iosif Solomonovich Grossman (1905-1964), “O Povo é Imortal”. A narrativa decorre durante os primeiros meses da invasão alemã da União Soviética, na II Guerra Mundial, e conta a história de um batalhão do exército enviado para travar o avanço do inimigo.

De Salman Rushdie, que sobreviveu a um ataque em agosto do ano passado, a D. Quixote vai publicar “Cidade da Vitória”, numa tradução de J. Teixeira de Aguilar. Trata-se da “épica história de uma mulher que, com o seu sopro, dá vida a um império fantástico, para vir a ser por ele consumida ao longo dos séculos”.

Entre outros títulos está também prevista a publicação do romance documental “Roma sou Eu”, de Santiago Posteguillo, uma biografia do imperador romano Júlio César.

As edições Asa, por seu turno, publicam em outubro “Baumgartner”, o 18.º romance de Paul Auster, que sucede a “4 3 2 1” (2017).

Também em outubro a Casa das Letras publica edições especiais em capa dura dos romances “Kafka à Beira-Mar” e “Norwegian Wood”, de Haruki Murakami. Esta editora tem prevista ainda a publicação de “Geração Z – Entre a Juventude Fascista da Rússia”, do historiador britânico Ian Garner.

Pela D. Quixote sairá “Cerco ao Parlamento”, da jornalista Isabel Nery, que resgata um episódio que aconteceu em Portugal, no decorrer do denominado “verão quente” de 1975.

Na área da Bada Desenhada, novela gráfica e 'mangá', está previsto sair o original de “Tintin – As Jóias da Castafiore”, uma edição que celebra o 60.º aniversário do herói belga, “Lucky Luke – Nitroglicerina”, de Morris e Lo Hartog van Banda, “Lucky Luke – O Alibi”, de Morris e Claude Guyloui, “Astérix - O Íris Branco”, de Fabcaro e Didier Conrad, na novela gráfica, “The Electric State”, de Simon Stalenhag, e em mangá, a banda desenhada japonesa, “Le Chef Otaku e Clarity”.