"Tudo o que gosto como hobbie vou poder fazer? É o melhor emprego do mundo". Isto é o que Mariana Santos Soares, Head of Content da Comic Con Portugal, se lembra de ter pensado quando foi selecionada para integrar a equipa liderada por Paulo Rocha Cardoso, o promotor do evento.

Seis anos depois, mantém a mesma convicção: este é efetivamente um emprego que tem a ver com ela e que até a ajudou a "descobrir a geek" em si própria. Algo que acredita ser comum numa era em que o consumo de séries, filmes e jogos ocupa um lugar de destaque na vida de milhões de pessoas. "Todos nós damos connosco a pensar que se calhar também sou geek".

O emprego de sonho vive paredes meias com o emprego de stress, de noites mal dormidas e da pressão para não desiludir quem compra um bilhete para poder estar perto dos seus ídolos. Ou, como descreve, um emprego por épocas.

Durante uma parte do ano, a equipa vive na "bolha de amor", como a designa, e que são os meses em que se planeia o que vai acontecer e tudo é possível; nas semanas antes do evento, a tensão é o prato do dia, tendo que se gerir imprevistos como cancelamentos em cima da hora e intempéries que levantam tendas no recinto.

Os últimos dois anos foram especialmente intensos no que respeita à gestão da incerteza, já que a pandemia foi dura para os organizadores de eventos. "A pandemia mudou a Comic Con enquanto evento e mudou a equipa", afirma Mariana, admitindo, ainda assim, que "se calhar estávamos a precisar de um abanão".

Um abanão que não mudou apenas a Comic Con, mas muitas outras empresas. "Hoje as empresas estão a assumir uma cultura mais informal, mais próxima", acredita, e vê nisso uma oportunidade de a cultura pop poder desempenhar um papel.

O Homem-Aranha é super-herói favorito de Mariana Santos Soares, apesar de suar um bocadinho quando o confessa porque na comunidade Comic Com estas escolhas são sempre passíveis de iniciar discussões apaixonadas. Gosto da figura pelos "ensinamentos e sentido de humor", mas o que a super-heroína Mariana acredita de verdade é que "cada um pode ser herói à sua maneira".

Sobre o podcast:

"It’s Ok To Not Be Ok" é uma série produzida em parceria pela MadreMedia e o LACS, onde se fala da saúde mental e do bem-estar no contexto da nossa vida profissional e do que as empresas podem fazer para promover formas que permitam vive e trabalhar melhor.

  • O primeiro episódio da segunda temporada, com Miguel Assis (Voqin), pode ser ouvido aqui.