“Devido às incertezas que ainda nos rodeiam, sem garantias de que em julho estejam já reunidas todas as condições para que possamos trabalhar com normalidade na sua preparação e celebração, não nos resta outra alternativa senão o adiamento”, referiu a organização, em comunicado.

Assim, a 14.ª edição do Marés Vivas decorrerá de 15 a 17 julho de 2022, em Vila Nova de Gaia.

A organização fala numa “decisão difícil e triste”, mas “necessária” em prol das limitações que tem sido pedidas à comunidade mundial e que ainda vigoram.

“Perante a pandemia de covid-19 temos de ser conscientes e responsáveis de forma a que possamos contribuir para a salvaguarda da nossa saúde pública, seguindo sempre as orientações da OMS [Organização Mundial de Saúde] e da DGS [Direção-Geral da Saúde] e ainda do Decreto Lei n.º 10- 1/2020 que nos orienta em Portugal para as regras que se aplicam na cultura, ainda que temporárias”, frisou.

Quanto aos bilhetes, a organização explica que os ingressos comprados para a edição de 2020 - que também não aconteceu por causa da covid-19 - e de 2021 são válidos para 2022 para as novas datas, sem necessidade de troca.

O reembolso do preço dos bilhetes só é possível para quem comprou entrada para a edição de 2020. Pode ser solicitado "no prazo de 14 dias úteis após a data prevista para a realização do Marés Vivas 2021 mediante a apresentação do bilhete e prova de compra".

“Os portadores de bilhete Meo Marés Vivas 2021 não têm possibilidade de reembolso”, lê-se na nota de imprensa.

Na falta do pedido de reembolso, dentro dos prazos estipulados na lei, considera-se que o portador do bilhete aceita o reagendamento, sem direito ao reembolso do respetivo valor, alertou a organização.

Por causa das restrições para limitar a propagação da covid-19, pela situação pandémica noutros países e pelos diferenciados ritmos de vacinação, foram já adiados vários festivais de música, entre os quais o ID No Limits e o CoolJazz (ambos em Cascais), o Rock in Rio Lisboa, o NOS Primavera Sound (Porto), o Boom Festival (Idanha-a-Nova), NOS Alive (Oeiras) o Barroselas Metalfest e o Gouveia Art Rock.

No entanto, há outros festivais que continuam marcados em Portugal, nomeadamente o Super Bock Super Rock (julho, Sesimbra), o Sudoeste (agosto, Odemira) e o Paredes de Coura (agosto, distrito de Viana do Castelo).

De acordo com o 'plano de desconfinamento' do Governo, a realização de "grandes eventos exteriores e interiores, sujeitos a lotação definida" é permitida desde 03 de maio.

Foram realizados quatro eventos-piloto, entre finais de abril e inícios de maio em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia sentada e em pé, com o objetivo de definir "novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espetáculos e festivais".

A 5 de maio, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou que os ministérios da Cultura e da Saúde estavam a trabalhar para perceber a "progressão" que seria possível fazer na realização de eventos, já autorizados, e remeteu um balanço para depois da realização dos "eventos teste".