Inaugurada a 23 de fevereiro, a exposição recebeu este número total de visitantes até às 18:00 de domingo, 26 de março, de acordo com um comunicado do MNAA.

"A Cidade Global - Lisboa no Renascimento" abriu envolta em polémica porque alguns historiadores lançaram dúvidas, no semanário Expresso, sobre a autenticidade das peças centrais: os dois quadros "A Rua Nova dos Mercadores", ponto de partida da exposição, e "O Chafariz d’El-Rei", que apresentam cenários da Lisboa do século XVI.

Outro aspeto que tinha levantado polémica sobre esta exposição foi o seu adiamento, por duas vezes, por razões administrativas, segundo explicou, na altura, o museu.

As dúvidas levantadas pelos historiadores sobre a autenticidade dos quadros levaram a direção do MNAA a pedir autorização aos proprietários dos quadros para fazer análises, e o colecionador Joe Berardo já deu permissão.

A mostra da Lisboa renascentista - que revela uma capital no apogeu da globalização da época, devido aos Descobrimentos portugueses - reúne 250 peças, desde pintura, escultura, artes decorativas e até animais empalhados.

O semanário Expresso publicou vários artigos nos quais os historiadores Diogo Ramada Curto e João Alves Dias levantavam dúvidas sobre a autenticidade dos quadros "A Rua Nova dos Mercadores" e "O Chafariz d’El-Rei", fundamentais na estruturação da exposição.

O diretor do museu, António Filipe Pimentel, sustentou, antes da inauguração da mostra, numa conferência de imprensa, que as obras são "excecionais e credíveis".

"A Rua Nova dos Mercadores", que os investigadores têm situado entre 1590 e 1610, está dividida em dois painéis e é propriedade da Society of Antiquaries of London, enquanto "O Chafariz d'El-Rei" terá sido pintado entre 1570 e 1580, e pertence à coleção de José Berardo.

O responsável declarou ainda que estas exposições são sempre "uma oportunidade para realizar um debate científico sério sobre as obras", mas colocou totalmente de parte que as pinturas tenham sido criadas no século XX.

Pintura, astrolábios, livros, animais empalhados, porcelanas, caixas decoradas com madrepérola, rosários, tapeçarias, azulejos e mobiliário são algumas das peças que podem ser vistas nesta exposição até 09 de abril.