A "falta de pessoal técnico (vigilantes/rececionistas)” continua a ser a justificação apresentada pela instituição, na sua página na internet, para o fecho parcial do museu, de terça a sexta-feira, embora no final da semana passada a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), tivesse anunciado novas contratações temporárias, para responder à falta de pessoal no museu português com o maior número de tesouros nacionais no acervo.

De acordo com o sítio 'online' do museu, encontram-se encerradas as salas do primeiro piso, que apresentam as coleções de mobiliário português e artes decorativas europeias, e, durante uma hora, das 13:00 às 14:00, as salas do piso dois, onde estão expostas as coleções de artes da Expansão, ourivesaria, joalharia e cerâmica.

O terceiro piso, que acolhe as coleções de pintura e escultura portuguesas, reaberto no ano passado, depois de obras, saiu agora da lista de zonas encerradas, onde se encontrava na semana passada, com a indicação de fecho das 12:00 às 15:00.

A direção do MNAA decidiu, há algumas semanas, encerrar a maioria das suas salas, de terça a sexta-feira, devido à falta de vigilantes/rececionistas, tendo colocado um aviso, no seu sítio 'online'. Este encerramento abrangia os pisos 01 e 02, durante o horário de funcionamento (10:00/18:00), e o piso 3, das 12:00 às 15:00.

O fecho parcial nunca atingiu a exposição temporária, "Madonna. Tesouros dos Museus do Vaticano", nem as salas de pintura europeia.

Os pisos 01 e 02 acolhem as exposições de mobiliário português, artes decorativas francesas, ourivesaria, joalharia, arte da expansão e cerâmica, enquanto o piso 03, que reabriu no ano passado, com um novo circuito expositivo, ao fim de vários meses de obras, acolhe a coleção de pintura e escultura portuguesas, onde se encontram algumas das peças mais importantes do acervo, como os Painéis de São Vicente.

Na passada sexta-feira, a DGPC, que tutela o museu das Janelas Verdes, anunciou que novas contratações entrariam hoje em funções, pelo período de um mês, "até 18 de agosto", altura em que seriam reavaliadas, de acordo com as necessidades do MNAA.

"Está concluída a contratação de cinco rececionistas, no âmbito do procedimento externo", a que se junta mais "um vigilante cedido pelo Museu Nacional dos Coches", num total de seis pessoas, disse na altura, à agência Lusa, fonte da DGPC.

Na ocasião, este organismo reconheceu que as contratações vinham responder à falta temporária de pessoal, na instituição, resultante sobretudo "de se encontrarem sete vigilantes de baixa médica".

A agência Lusa contactou hoje a DGPC e o MNAA, que não fizeram qualquer comentário, nem confirmaram a entrada de novos contratados.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, de pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, e é um dos museus com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I, datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.

Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, Jan Steen, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo, Fragonard são alguns dos mestres europeus representados na coleção do MNAA.

Em 2016, o MNAA somou 175.578 visitantes, mantendo o segundo lugar na lista dos museus nacionais mais visitados.

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