Em conferência de imprensa na Casa dos Bicos - Fundação José Saramago, a organização do evento destacou alguns dos locais emblemáticos a figurar no mapa da Open House Lisboa, tendo o presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, José Mateus, destacado as 80 mil visitas das cinco últimas edições do evento, que sempre contaram com uma "grande adesão".
Segundo o presidente da Trienal, o programa adapta-se tanto a "cidadãos e pessoas que não têm a ver com a disciplina da arquitetura", como aos "especialistas e ao público mais exigente" que ficarão satisfeitos com "o trabalho preparado com rigor".
Neste ano, o roteiro aposta em mais espaços privados, habitualmente inacessíveis ao público, sendo que 50 deles já figuraram em edições passadas e 37 serão espaços novos. O representante da instituição sem fins lucrativos reiterou, também, que o importante é que "as pessoas atravessem a cidade", "conheçam espaços diferentes e autores mais e menos reconhecidos".
Por fim, José Mateus frisou os três programas adicionais: o programa Open House Junior, dedicado aos visitantes mais jovens (dos três aos 16 anos), o Programa Plus, relacionado com "iniciativas privadas" e propostas "interessantes para alargar" os itinerários da edição mais recente, e o novo Programa de Acessibilidades, com "visitas [e percursos específicos] para as pessoas que têm limitações, nomeadamente [os casos da] deficiência visual, auditiva [ou] cognitiva".
Este último projeto inclui visitas acompanhadas com intérpretes para Língua Gestual - 16 no total - divididas por oito espaços, em formato de mapa temático, uma oportunidade para "oferecer chaves as pessoas" que podem ter ou não "uma formação específica nesta área da arquitetura", afirmou a presidente da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), Joana Gomes Cardoso.
A dirigente da EGEAC salientou ter esperança de que o programa de acessibilidades seja "um exemplo" para a repetição deste tipo de práticas, estendendo-as a outras organizações, para que não se coloque nenhum "impedimento a quem tem este tipo de limitações [para] poder usufruir da cidade".
Competiu às comissárias do evento, Rita e Catarina Almada Negreiros, "desenhar um mapa tesouro" de Lisboa, no qual constam maioritariamente "espaços existentes reabilitados", sendo que "apenas seis dos edifícios selecionados são novos e construídos de raiz", como é o caso da nova sede da EDP ou do Museu dos Coches.
A dupla guiou-se por cincos pontos estruturantes: "a recuperação e os novos usos, os equipamentos que respondem às crescentes exigências da cidade, as novas centralidades, a resposta à imensa procura turística e, no quinto lugar, os tesouros que não [querem] perder."
Na ótica das comissárias, "a simples alteração dos usos pode transformar o fundamento de base, sem o destruir", já que "a arquitetura aprendeu a reciclar e a tornar-se mais induzida", recentemente.
Assim, os espaços passam por um "efeito regenerador", com intervenções de escalas diversas, maiores ou menores, fazendo com que a profissão destas atue como "um instrumento de transformação".
Mais informações, bem como todos os horários, visitas e percursos, estão disponíveis no 'site' da edição de 2017 da Open House Lisboa: www.openhouselisboa.com.
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