Uma estrutura móvel vai circular pelas aldeias e bairros de Évora e convocar a população para conversas e atividades culturais, num género de preparação para o ano do título de Capital Europeia da Cultura em 2027.

O projeto, denominado “No labirinto da cidade”, é liderado pela Fundação Eugénio de Almeida (FEA) e consta no dossiê da candidatura (‘bid book’) de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 (CEC2027), nomeação anunciada em dezembro do ano passado.

“É um espaço físico que se desloca às aldeias e aos bairros para convocar e convidar o público, os artistas e os pensadores a dialogarem”, desvenda a secretária-geral da FEA, Maria do Céu Ramos, em declarações à agência Lusa.

Segundo a responsável, prevê-se que esta estrutura móvel, projetada pelo arquiteto João Mendes Ribeiro, possa começar a percorrer o território já a partir de 2024 ou 2025, e que funcione até ao ano de 2027.

“O projeto vai desenvolver-se ao longo do tempo, porque também é suposto semear ideias, desafios, convocatórias, em crescendo, até 2027, para que, nesse ano, as pessoas tenham já muita vontade de ser público da programação” de Évora CEC2027, sublinha.

Considerando que ainda há pessoas com “dificuldade em vencer a barreira de entrar num espaço cultural”, Maria do Céu Ramos explica que a iniciativa visa proporcionar à população “viver a arte e a experiência cultural perto da sua casa”.

“É uma forma de desconstruir barreiras, de aproximar as pessoas e de as convidar, de as incluir, de as tornar parte do processo de pensar a cidade, de construir a cidadania e de, através da arte e da cultura, promoverem a sua própria participação”, realça.

Os diálogos entre gerações e a apresentação de espetáculos de cante alentejano ou de expressão futurista são alguns dos tipos de iniciativas que o “No labirinto da cidade” vai oferecer à população.

De resto, a FEA, que é a única instituição privada que faz parte da comissão executiva de Évora CEC2027, também vai organizar no seu Centro de Arte e Cultura uma exposição sobre a paisagem, no âmbito da programação prevista para 2027.

Até esse ano, e à margem desta iniciativa, acrescenta a secretária-geral da FEA, a instituição vai ter a sua programação autónoma, com o objetivo de “continuar a estar presente nas várias escalas de pensamento e produção artística”.