A empresa que controla a revista Rolling Stone, a Wenner Media, anunciou que colocou a sua participação maioritária à venda.

Fundada em 1967, em São Francisco, por Jan Wenner e pelo crítico de música Ralph Gleason, a Rolling Stone é considerada uma referência na indústria musical. Mas não só. A revista é reconhecida também pelo seu jornalismo político e pela abordagem diferenciadora de temas da atualidade. Destaca-se ainda das demais pela originalidade das suas capas, que já incluíram personalidades tão diversas, muito além do universo música. Entre as mais icónicas está a do Papa Francisco.

A Wenner Media contratou a sociedade financeira Methiselham Advisors para explorar as diversas possibilidades para a viabilidade da revista, entre as quais a venda da posição maioritária (51%).

Gus Wenner, filho e um dos fundadores da Rolling Stone, é atualmente o líder da Wenner Media, que este ano já vendeu duas outras publicações, a US Weekly e a Men’s Journal.

Numa nota citada pelo Financial Times, Wenner admite que "fizemos grandes passos para transformar a Rolling Stone numa empresa multiplataforma, e estamos entusiasmados para encontrar o lar certo para construir a nossa base sólida e aumentar o negócio de forma exponencial”.

A reputação da revista foi abalada em 2014, levando mesmo à condenação, dois anos mais tarde, da publicação e de uma das suas jornalistas, obrigadas a pagar três milhões de dólares a uma administradora da Universidade da Virgina por difamação num artigo sobre uma alegada violação.

O artigo com o título "uma violação no campus", escrito pela jornalista Sabrina Rubin Erdely, contava o caso de uma suposta agressão sexual coletiva a uma rapariga e esteve na origem de um escândalo nos Estados Unidos, em 2014.

O artigo teve mais de 2,7 milhões de visitas na internet e reavivou o debate nos EUA sobre o alegado machismo das fraternidades universitárias. Segundo o artigo, a estudante violada contactou os responsáveis da universidade para se queixar, mas ninguém deu seguimento ao seu caso, colocando em causa a atuação de Nicole Eramo.

No entanto, outros meios de comunicação social começaram a investigar a história e lançaram dúvidas sobre a sua veracidade. A própria Rolling Stone acabou por pedir à escola de jornalismo da Universidade de Columbia para fazer um relatório sobre o caso. A conclusão foi que o artigo tinha tido várias falhas na sua elaboração e edição.

Até ao momento, de acordo com a BBC, ainda não foi anunciado qualquer potencial investidor.