Após dez anos de atividade regular com programas próprios em que músicos dos 15 aos 18 anos atuaram com solistas convidados de reputação nacional e internacional, a rebatizada Orquestra de Jazz de Espinho entra assim numa nova etapa do seu percurso e para Paulo Perfeito, que partilha com Daniel Dias a direção desse coletivo, impõe-se agora "elevar o nível" do projeto.

"No nosso caminho até aqui fomos sempre subindo a fasquia do ponto de vista artístico, mas, à medida que os nossos alunos se foram formando e saindo da escola para seguir as suas carreiras pessoais, ficámos sem esse capital porque o projeto era de base sobretudo formativa e não permitia a inclusão de elementos externos", conta Paulo Perfeito à Lusa. "Agora, neste novo formato, podemos chamar os nossos ex-alunos a envolverem-se novamente na orquestra e há outros profissionais já consagrados que também passarão a ter aqui o seu lugar", explica.

O coletivo concebido na escola profissional detida pela Academia de Música de Espinho já estabeleceu assim uma meta bem definida: "Desenvolver um projeto mais ambicioso, mais exigente, que lhe permita ter um maior alcance em termos de público e até uma notoriedade diferente".

Adotando o formato tradicional de uma ‘big band’, a renovada Orquestra de Jazz de Espinho irá manter os estudantes do curso profissional nos naipes de sopros - reservando para esses jovens os lugares relativos a quatro trompetes, quatro trombones e cinco saxofones - e deixará para os músicos profissionais a maior parte da secção rítmica, de estrutura variável consoante o repertório específico de cada programa.

Alexandre Santos, diretor da Academia de Música, acredita que essa maior consistência não só aumentará "o estímulo e a experiência" que a orquestra representa para os alunos da escola, como também reforçará o papel que esse coletivo já vinha desempenhando "ao nível da difusão do jazz e da formação de novos públicos para esse estilo musical específico".

A anteriormente designada Orquestra de Jazz da Escola Profissional de Música de Espinho, foi fundada em 2008 e desenvolveu a sua atividade em complemento aos programas letivos oficiais desse estabelecimento de ensino, propondo-se ser um espaço de formação paralelo para os jovens instrumentistas com perfil mais vocacionado para esse género musical.

Nos últimos anos contava com uma média de cinco apresentações públicas a cada 12 meses, convidando pontualmente para o efeito solistas como Andy Hunter, Carlos Azevedo, Fernando Sanchez, Gileno Santana, João Mortágua, Kiko Pereira, Matthias Schriefl, Marc Schwartz, Marshal Gilkes, Michael Lauren, Mário Laginha, Rita Maria, Rogério Ribeiro, Ricardo Toscano e Rui Teixeira.

Apostando sobretudo "nos repertórios que melhor traduzem a evolução do jazz ao logo da história", o currículo da orquestra inclui ainda projetos especiais com entidades como a Casa da Música do Porto, a Fundação de Serralves e o Casino Solverde de Espinho.

Quanto a projetos no estrangeiro, Paulo Perfeito admite: "Não há urgência, mas a internacionalização da orquestra é inevitável. Isso acontece sempre naturalmente quando os projetos têm a seriedade que merecem".

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