Traduzido por Isabel Ferreira da Silva, o romance vencedor do mais prestigiado prémio das letras francesas é descrito como um longo fresco sobre a escultura e a Itália.

“Velar por ela” propõe uma viagem àquele país, no início do século XX, com duas personagens cujos destinos nunca se deveriam ter cruzado: Mimo, um escultor pobre e talentoso, e Viola, a filha de um marquês rico, demasiado ambiciosa.

A história de Michelangelo Vitaliani, conhecido por "Mimo", é contada de trás para a frente, a partir da sua morte, aos 82 anos, no outono de 1986, no mosteiro de Piemonte, onde tinha passado os últimos 40 anos incógnito, a “velar por ela”. “Ela” é a sua última obra, uma estátua cuja história e origem permanecem em segredo.

Mimo nasceu em França de pais italianos, tendo sido mandado pela mãe, após a morte do pai na guerra, trabalhar no pequeno ateliê de Turim de um escultor alcoólico que maltratava o seu aprendiz.

Em dezembro de 1917, os dois mudam-se para Pietra d'Alba, uma aldeia dominada pelo rico clã Orsini e pelos laranjais, onde conhece Viola, a filha mais nova desta família de marqueses, que trata logo de o informar que nunca poderão ser amigos porque não são do mesmo meio social.

Entre os dois nascerá uma relação intensa e platónica que durará décadas, feita de encontros secretos no cemitério de Pietra d'Alba, onde ela (a quem na aldeia chamam de bruxa) escuta os mortos. Viola dá a Mimo o seu primeiro livro sobre Fra Angelico da biblioteca do pai, e ele esculpe-lhe um urso em mármore para o seu aniversário.

Nascido em 1971, Jean-Baptiste Andrea é um romancista, realizador e argumentista francês. Cresceu em Cannes, onde começou a fazer curtas-metragens e, mais tarde, mudou-se para Paris, onde se licenciou em ciências políticas e economia.

O seu romance de estreia, "Ma Reine", foi publicado em 2017, tendo sido logo distinguido com alguns prémios literários, entre os quais o de Melhor Romance de Estreia Francês.

“Velar por ela” é o seu quarto romance.