A ideia partiu da professora assistente da Universidade de Ghent, na Bélgica, Elly McCausland, que pretende dar a conhecer os grandes nomes da literatura em língua inglesa, partido das letras da estrela pop, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

A maior parte do currículo desta disciplina, destinada a alunos de mestrado, inclui nomes correntes de qualquer formação em literatura, como Geoffrey Chaucer, Charlotte Brontë e William Shakespeare, que serão estudados a partir de exemplos encontrados nas letras de Taylor Swift.

Citada pelo jornal britânico, a responsável sublinha: “Nunca recebi tantos e-mails de alunos entusiasmados a perguntar se podem fazer esta disciplina”. E acrescenta “na verdade, também pessoas que não são alunos, pessoas que não fazem parte da universidade querem participar de alguma forma”.

A professora acredita que esta é a primeira disciplina na Europa em que se explora o repertório da cantora americana, que de acordo com a docente tem letras que são verdadeiros exemplos de qualidade literária.

Definida para começar no outono, a unidade curricular – Literatura: Versão de Taylor (Em Inglês: Literature: Taylor’s Version) – vai basear-se nos poemas da cantora sobre temas da atualidade como a guerra, o patriarcado, a saúde mental, entre outros, e depois utilizá-los para explorar literatura, desde textos do século XIV até à obra 'Hag-Seed', de Margaret Atwood, uma versão de 'The Tempest' de William Shakespeare.

“O que eu quero fazer é mostrar aos alunos que, embora estes textos possam parecer inacessíveis, eles podem ser acessíveis se os olharmos de um ângulo ligeiramente diferente”, refere a professora ao meio internacional. “Shakespeare, de alguma forma, aborda muitas das mesmas questões que Taylor Swift hoje em dia, o que parece loucura. Mas ele está a fazê-lo", sublinha.

A professora está, no entanto, longe de ser a primeira a trazer Swift para uma sala de aula universitária. Em 2022, o Instituto Clive Davis da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi o pioneiro no caminho da estrela da pop para a academia, com um curso que investigava o “apelo e as aversões” da artista. Desde então, mais meia dúzia de cursos surgiram nos Estados Unidos, investigando vários aspetos da cantora.

Ao jornal internacional, a professora confessou ser uma “Swiftie de longa data”, e por isso quando pensou em adaptar a sua disciplina a um artista só poderia ser esta a escolha. Porém, admite que existem outras estrelas que também poderiam ter as suas unidades curriculares.