Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 22 jun 2021

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 

Espanha e a Catalunha: depois do conflito, a tentativa de reconciliação

 
 

Edição por António Moura dos Santos

A 1 de outubro de 2017, um conjunto de dirigentes políticos independentistas catalães esteve envolvido na organização de um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha — ou seja, a sua independência face ao Estado de Espanha. Os resultados do plebiscito levaram o governo autónomo catalão, a Generalitat, a fazer uma declaração de independência no final desse mês.

Realizada no seguimento de uma tensão histórica entre a região e Madrid, o Governo central considerou essa ação ilegal, reprimiu a tentativa de independência e deteve os seus principais responsáveis. Perto de dois anos depois, o veredito do Tribunal Supremo de Espanha quanto aos independentistas catalães foi emitido, acusando-os de crimes de sedição (contestação coletiva contra a autoridade) e desvio de fundos públicos. A recordar, as penas foram:

  • Oriol Junqueras (13 anos de prisão) - ex-vice-presidente do executivo catalão
  • Carme Forcadell  (11 anos de prisão) - ex-presidente do parlamento regional catalão
  • Raul Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa (12 anos de prisão) - ex-membros do Governo regional catalão
  • Joaquim Forn e Josep Rull (10 anos de prisão) - conselheiros regionais
  • Jordi Sánchez e Jordi Cuixar (9 anos de prisão) - líderes de associações independentistas

Mais dois anos se passaram e, depois da contestação e da punição, segue-se a tentativa de reconciliação. Hoje, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pretende propor a concessão de indultos aos líderes separatistas. A iniciativa do chefe de Governo, guiada "pelo espírito de concórdia da Constituição”, como o próprio diz, vai ser discutida em Conselho de Ministros em Espanha e não tem hora para acontecer.

As justificações de Sánchez para este ato, de que "o futuro tem de importar mais do que o passado" e que esta medida "dará a todos a oportunidade de recomeçar e fazer as coisas melhor", não surpreendem quando tendo em conta que a animosidade nutrida pela região autónoma ao poder central não acabou, apenas foi contida: ainda no início deste ano vimos Barcelona a ferro e fogo pela prisão do rapper catalão Pablo Hasél, acusado de insultar as forças de ordem espanholas, glorificar o terrorismo e injuriar a monarquia.

No entanto, a direita espanhola não está convencida e acusa Sánchez de apenas promover os indultos para manter o apoio dos partidos independentistas catalães à atual solução governativa do país, acusando o primeiro-ministro de "ajoelhar-se perante o separatismo".

Já do lado catalão, apesar desta "benesse", a atitude também não é propriamente de proximidade, considerando os indultos insuficientes e pedindo antes uma lei de amnistia.

De destacar ainda que, quem não foi preso, também não será perdoado. Um grupo de independentistas está fugido no estrangeiro, não tendo ainda sido julgado, entre eles o ex-presidente do executivo catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu — estes dirigentes não irão receber um indulto.

 
 

Hoje no Euro: As contas da calculadora ficaram menos complicadas

 
 

Os resultados de ontem tornaram as contas da seleção nacional mais claras para chegar aos oitavos de final. Os austríacos garantiram o segundo posto do Grupo C com um triunfo por 1-0 sobre a Ucrânia, enquanto os dinamarqueses, a zero após duas rondas, seguiram em frente com um esclarecedor 4-1 à Rússia – que ficou pelo caminho no Grupo B -, juntando-se aos já apurados Países Baixos e Bélgica, respetivamente.

Nas contas para os quatro melhores terceiros, a Ucrânia fechou o Grupo C com três pontos e 4-5 em golos, enquanto a Finlândia, derrotada pelo Bélgica por 2-0, encerrou o Grupo B com três pontos e 1-3 em golos. Estes registos qualificaram a Suíça, terceira do Grupo A, com quatro pontos, mas também checos, ingleses, suecos e franceses, que somam quatro pontos e já não podem ficar abaixo do terceiro lugar.

Para Portugal, isto significa que irá defrontar os campeões do Mundo com estes já com os ‘oitavos’ assegurados e que uma vitória, um empate ou uma derrota por dois golos pode selar o apuramento para a próxima fase.

No entanto, importa manter atenção nos jogos de hoje. Se é certo que Inglaterra e República Checa se defrontam em Wembley sabendo que estão nos oitavos, tanto Croácia como Escócia, com um ponto cada, vão "comer relva" em Glasgow para garantir um bom terceiro lugar e passar à fase seguinte.

Também a saber:

  • A UEFA rejeitou hoje o projeto da cidade de Munique para iluminar o estádio com as cores do arco-íris no jogo entre Alemanha e Hungria, na quarta-feira, por protestar contra uma lei húngara aprovada recentemente e que que proíbe a divulgação de conteúdos sobre orientação sexual a menores de 18 anos.
  • Apesar de sair do Euro sem quaisquer pontos, a Macedónia do Norte sai de cabeça erguida e o seu capitão, Goran Pandev, realizou ontem o último jogo oficial pela seleção, tendo tido direito a guarda de honra quando foi substituído;
  • Em sentido contrário, saída do inferno do primeiro jogo — em que viram Christian Eriksen cair no relvado e perderam o jogo com a Finlândia — a Dinamarca selou ontem a passagem aos oitavos e foi assim que os jogadores reagiram.
  • Ainda no Garrafagate... a Ordem dos Dentistas agradeceu a Cristiano Ronaldo por ter afastado as garrafas de Coca-Cola durante a conferência de imprensa.

Quem vai à bola hoje

Inglaterra - República Checa, 20h00 (Sport TV)

Escócia - Croácia, 20h00 (TVI/Sport TV)