À conquista do Mundo do futsal
Edição por Abílio dos Reis
Inédito é um termo que peja uma obra inacabada ou uma história cujo desfecho ainda não se conhece. Ora, acontece que a seleção portuguesa de futsal procura hoje a sua, ou não estivesse com a esperança de juntar o título mundial ao europeu. Pela frente, a sempre poderosa Argentina, atual campeã em título, que promete fazer tudo para o contrariar.
Para escalar esta montanha, a missão foi dura e hercúlea — o que é expectável tendo em que conta Portugal precisou de tempo extra três vezes em apenas seis dias. Portanto, não é obscuro dizer que, fisicamente, o cansaço é palpável à distância. É visível de um ecrã desde o nosso retângulo a beira-mar plantado — mesmo que de Lisboa à Lituânia distem mais de três mil quilómetros.
Porém, a realidade do que se vê e o que nos chega, é a de que a vontade é a de dar alegrias a uma nação inteira; a de que a vontade de vencer se sobrepõe a todas as adversidades e a todas as pernas cansadas. Em Kaunas, onde se realiza o Mundial, os jogadores lusos estão dispostos a tudo. Até a "dar a vida" para trazer o caneco para casa.
"Se não desfrutarmos e dermos a vida neste jogo, vamo-nos arrepender. Olhar muito para nós, para o que podemos fazer, para a estratégia e planeamento do jogo, sentir e aproveitar o momento. É o que queremos e temos consolidado entre nós. Se dermos a vida, desfrutarmos e houver confiança e rigor no nosso processo, vamos conseguir", frisou João Matos em conferência de imprensa de antevisão ao encontro decisivo da competição.
O derradeiro obstáculo é agora, portanto, a Argentina, que, na sequência de um inédito título em 2016, na Colômbia, tem agora a oportunidade de revalidar o cetro, depois de vencer o Grupo F, com nove pontos, derrotando os Estados Unidos (11-0), a Sérvia (4-2) e o Irão (2-1).
Na fase a eliminar, a formação ‘albiceleste’ ultrapassou o Paraguai, por 6-1, nos oitavos de final, a União de Futebol da Rússia (RFU), por 5-4, nas grandes penalidades, após 1-1 no prolongamento, nos quartos de final, e o Brasil, por 2-1, nas meias-finais.
No histórico de confrontos, Portugal venceu os argentinos uma vez, por 2-1, no Grande Prémio de 2010, somando um empate, no Mundialito de 2001 (2-2), e três desaires: no III Torneio Internacional da FIFA, em 1987 (4-3), na fase de grupos do Mundial de 2004, em Taiwan (1-0), e nas meias-finais do último Mundial, em 2016, na Colômbia (5-2).
Campeões europeus em 2018, na Eslovénia, a equipa das ‘quinas’ defronta o conjunto argentino cerca das 18:00 de Lisboa, na Zalgiris Arena, em Kaunas, o jogo decisivo do Mundial de futsal de 2021, que se tem realizado na Lituânia desde 12 de setembro. E onde se espera que o ceptro seja levantado pelas mãos de Ricardinho.
É uma missão muito difícil, mas tal como provou ao ganhar a Câmara, Carlos Moedas não vira a cara a decisões difíceis. Continuar a ler