A contagem vai em 290, mas são mais os casos de abuso de crianças na Igreja
Edição por Alexandra Antunes
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa fez esta manhã um balanço de três meses de trabalho.
Quais são os principais dados apresentados?
- Existem "múltiplos casos de abusos de crianças", entregues ao cuidado de elementos masculinos e femininos;
- Os abusos deram-se em contextos como catequese, escolas católicas, escuteiros, grupos de jovens e outros. Há também casos de abuso em ordens religiosas;
- Quanto aos abusadores, "a maioria está diretamente ligada à Igreja, não são leigos que trabalham para a Igreja";
- Existem "290 testemunhos validados", sendo que estão todos "a ser validados individualmente, em articulação com o Ministério Público", que já recebeu 16 casos;
- Estão a ser feitos "contactos diretos com associações que podem ter dados sobre o tema" e o "levantamento de todos os casos reportados à Comunicação Social desde 1950 até aos dias de hoje";
- Em curso está ainda o "acesso aos arquivos históricos da Igreja", havendo articulação em cada diocese, para se investigar os casos de abuso sexual;
- Estão a ser feitas entrevistas aos 21 bispos das Dioceses portugueses, para aprofundar temas relacionados com os abusos e o seu contacto com esta realidade;
- Há indícios de encobrimentos de casos de abuso em instituições. Vários bispos no ativo também estão associados à ocultação de casos;
- Em três meses, foram recebidas pela Comissão "177 chamadas telefónicas, alguns delas com mais de uma hora" e foram ainda realizadas "nove entrevistas presenciais a vítimas de abusos sexuais". Outras quatro pessoas quiseram ainda prestar testemunho junto da entidade.
Opinião
A polarização extrema constatada nas urnas deste domingo mostra como a França está zangada. Mas continua a prevalecer o sobressalto anti-Le Pen que proporcionou a Macron um resultado menos apertado do que o sugerido pelas sondagens nos últimos dias de campanha e que o coloca favorito para a reeleição.
A minha avó gostava de boas conversas, de almoços e jantares prolongados, preguiçosos, com anedotas e histórias de família, mas novidades em número surpreendente para ansiar pelo que aí vinha. Continuar a ler