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Newsletter diária • 02 nov 2021

 
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A crise política e a crise das greves

 
 

Edição de Pedro Soares Botelho

  • Lisboa acordou nesta terça-feira com sabor a segunda sem metro e sem alguns autocarros. A luta dos trabalhadores da Metro e da Rodoviária de Lisboa paralisaram o metropolitano durante as primeiras horas da manhã e esvaziaram as carreiras da transportadora.
  • São das poucas greves que se mantiveram após o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e a anunciada decisão de Marcelo Rebelo de Sousa derrubar a Assembleia da República e desencadear eleições antecipadas.
  • Com a não aprovação das contas para o próximo ano e o eventual fim do governo que lhes deu origem, as manifestações contra as propostas para 2022 perdem o objetivo inicial.
  • Hoje mesmo, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), da UGT, anunciou que vai desconvocar a greve marcada para 12 de novembro e que pediu ao governo uma reunião para esclarecer o futuro do aumento do salário mínimo nacional.
  • "Estamos cansados de anúncios e queremos que os problemas sejam verdadeiramente resolvidos. Não fazemos greve porque sim, fazemos quando os motivos da greve podem ser respondidos", afirmou o secretário-geral, José Abraão.
  • Na semana passada, a Fenprof, em conjunto com outros sindicatos da educação, convocou uma greve nacional de professores e educadores para 5 de novembro, com uma concentração em frente à Assembleia da República no mesmo dia, e anunciou que iria aderir também à greve da administração pública agendada para o dia 12.
  • No sábado, foi a vez de os enfermeiros desmarcarem a luta. O Sindicato dos Enfermeiros (SE) anunciou a desmarcação da greve convocada para 3 e 4 de novembro, mas mantém as suas principais reivindicações.
  • "Esta é uma forma de luta que, neste momento, perde relevância", afirma o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, citado em comunicado. Depois de uma reunião entre todos os sindicatos de enfermeiros, "a maioria das estruturas concordou que deixamos de ter um interlocutor com poder de decisão", afirma Pedro Costa.
  • Ainda hoje, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vai avaliar hoje a situação política causada pelo chumbo do Orçamento e o calendário reivindicativo, que previa a realização de duas greves nos dias 5 e 12 de novembro. Só logo à tarde se saberá se as paragens se mantêm.
  • Nos vários setores, novembro tinha convocadas greves dos farmacêuticos (28/10 e 02/11); dos enfermeiros (03/11 e 04/11); dos professores (05/11); dos bombeiros (11/11 e 12/11); da função pública (12/11); e dos médicos (22/11, 23/11 e 24/11).
  • Entre a indefinição política e a incerteza reivindicativa, Portugal vai andar nos próximos meses mergulhado em dúvidas. A crise política chega numa altura em que é esperado também o recrudescimento da crise sanitária. A estas duas, somam-se as crises internas no PSD e no CDS-PP e na incompreensão, sobretudo à esquerda, da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa (a legislação não obriga à queda do governo com o chumbo do Orçamento do Estado).
  • No meio de tudo isto, os portugueses que não são candidatos a líderes políticos ou a deputados, vivem ainda uma outra crise, entre o aumento dos combustíveis, da eletricidade e das contas no supermercado e a incerteza de saber com o que contar nos impostos, salários e outras contas do próximo ano.
 
 
Pão vai ficar mais caro — e a culpa é da subida da energia e das matérias-primas
 
 

Atualidade

 

A subida dos preços da energia e de várias matérias-primas vai levar a um aumento dos preços do pão, avisa a indústria.

 
 
 
PSD: Paul Rangel recusa “suspender” democracia interna para preparar legislativas
 
 

Atualidade

 

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel escreveu hoje aos militantes a defender que o partido não precisa de “suspender” as eleições diretas para preparar as legislativas, apelando aos sociais-democratas que honrem a sua “tradição democrática e plural”.

 
 
 
Cinco milhões de mortos por Covid-19. "Isto não são números numa página. São mães e pais. Irmãos e irmãs", diz Guterres
 
 

Atualidade

 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu hoje que o facto de se ter atingido cinco milhões de mortos por covid-19 representa “uma vergonha global” e significa que “se está a falhar a boa parte do mundo”.

 
 
 
Francisco Sena Santos
 
 

Esta guerra entre Macron e Johnson cresce no momento em que com a COP-26 a decorrer seria essencial que eles unissem esforços para conter o aquecimento do planeta. Continuar a ler

 
 
 

Web Summit

 
 
 
 
Frances Haugen: “Há um padrão de comportamento no Facebook de colocar o lucro à frente da nossa segurança”
 
 

Tecnologia

 

"Más pessoas e más ideias não são o problema. O problema é quem tem o megafone". A análise é de Frances Haugen, a denunciante por detrás dos Facebook Papers e cabeça de cartaz da edição deste ano da Web Summit. E o algoritmo do gigante tecnológico não é bom a decidir a quem entrega esse megafone. Mais: a empresa sabe e não age, por receio de perder audiência ou com medo de ferir "sensibilidades políticas". Para a cientista de dados, o tempo de Mark Zuckerberg à frente do Facebook (ou da Meta) chegou ao fim, mas ainda é possível salvar o sonho.

 
 
 
Ready, set, Web Summit!
 
 

Tecnologia

 

Novembro é sinónimo de Web Summit — ou tem sido nos últimos anos. De volta ao Parque das Nações, a conferência vai juntar cerca de 40 mil pessoas, entre oradores convidados, startups, investidores e jornalistas. Para quem já tem experiência nestas lides, o mais difícil é mesmo escolher o que fazer e quem ouvir ao longo destes quatro dias. Como o tempo não estica (ainda, olha lá o metaverso), este é o roteiro The Next Big Idea para a edição de 2021.