A gripe das aves já não é só das aves
Edição por Alexandra Antunes
A gripe das aves já ultrapassou a espécie, afetando vários mamíferos e animais selvagens.
“Dos 63 casos de infeção humana nos EUA, 40 são em explorações de bovinos. Está mais do que confirmada a passagem de bovino para bovino, sem a intervenção de outras espécies. Podemos tentar iludir-nos, mas esta já não é só uma gripe das aves. É uma gripe instalada que derrapou a espécie e afetou vários mamíferos e animais de jardim zoológico”, afirmou o secretário-geral da Associação Nacional dos Centros de Abate e Indústrias Transformadores de Carne de Aves (Ancave), Pedro Raposo.
Contudo, o setor das aves está sujeito a medidas de segurança e biossegurança, o que não acontece com outras atividades, nomeadamente com as criações a céu aberto — e Portugal “abriu a porta ao vírus” através da produção doméstica.
Na prática, mesmo a criação de galinhas em capoeiras domésticas carece de um registo, mas muitos produtores não o fazem, o que dificulta o controlo face à gripe aviária.
Por isso, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) voltou a apelar a todos os detentores de aves para que cumpram as medidas de segurança, em particular, que evitem o contacto entre aves domésticas e selvagens.
De recordar que a transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Porém, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.
A transmissão ocorre, sobretudo, através do contacto com animais infetados ou com tecidos, penas, excrementos ou inalação de vírus por contacto com animais infetados ou ambientes contaminados. Em Portugal ainda não existe qualquer caso confirmado em humanos.
*Com Lusa
“Os monstros existem, mas são muito pouco numerosos para que sejam verdadeiramente perigosos; os que são mais perigosos são os homens comuns, os funcionários dispostos a acreditar e obedecer sem discutir.” Continuar a ler