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Newsletter diária • 03 jun 2022

 
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A guerra dos 100 dias (e mais se seguem)

 
 

A guerra na Ucrânia atinge hoje a marca dos 100 dias, período marcado por um rasto de destruição e pela pior crise de refugiados e deslocados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com milhões de pessoas em fuga.

Após meses marcados pela acumulação de tropas junto das fronteiras do país vizinho e de várias negações de que uma invasão estivesse a ser planeada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou em 24 de fevereiro o lançamento de uma "operação militar especial" para "a desmilitarização e a desnazificação" da Ucrânia.

Desde então, a ofensiva militar russa na Ucrânia deixou um rasto de destruição no território ucraniano e causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirmou a morte de mais de 4.000 civis na guerra desde 24 de fevereiro, mas a organização admite que estes números estarão muito aquém da realidade. Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Nos últimos 100 dias, a ofensiva militar de Moscovo em solo ucraniano teve igualmente sérias e históricas repercussões na arquitetura de segurança europeia. Em maio passado, a Finlândia e a Suécia formalizaram o pedido de adesão à NATO, confirmando desta forma o fim de uma neutralidade militar histórica naquela que está a ser interpretada como a maior alteração da arquitetura de segurança europeia em décadas.

Já esta semana, a Dinamarca realizou um referendo, no qual dois terços dos eleitores votaram a favor do país aderir à política de defesa comum europeia, algo que a diplomacia de Copenhaga admite acontecer já em julho.

"A vitória será nossa"

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assegurou hoje aos ucranianos que sairão vitoriosos da guerra com a Rússia, numa declaração a propósito dos 100 dias do conflito.

“A vitória será nossa”, disse Zelensky num vídeo de 36 segundos publicado na rede social Instagram sobre a passagem, hoje, do centésimo dia da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro.
“Os representantes do Estado estão aqui, a defender a Ucrânia desde há cem dias”, acrescentou.

No vídeo, filmado em frente à sede da Presidência em Kiev, Zelensky tem a seu lado, entre outros, o primeiro-ministro, Denys Chmygal, e o líder do partido no poder, David Arakhamia.

Na quinta-feira, numa intervenção por vídeo no parlamento do Luxemburgo, o presidente ucraniano admitiu que a Rússia controla cerca de 20% do território da Ucrânia.

Rússia vai continuar "até que todos os objetivos sejam alcançados”

A Rússia cumpriu alguns dos seus objetivos após 100 dias de ofensiva na Ucrânia, com a libertação de “muitas localidades”, disse hoje o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov.

Nas localidades libertadas pelas forças russas, as pessoas voltaram a ter uma “vida pacífica”, disse Peskov, citado pela agência francesa AFP.

“Este trabalho continuará até que todos os objetivos da operação militar especial sejam alcançados”, assegurou Peskov.

 
 
Mário Rui André
 
 

O actual modelo de desenvolvimento urbano tem-se mostrado insustentável do ponto de vista social, ambiental e económico. Continuar a ler