"A solidariedade não é facultativa, é um dever"
Edição por Alexandra Antunes
A Aliança das Civilizações da Organização das Nações Unidas (ONU) realiza hoje em Nova Iorque uma sessão de homenagem ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que faleceu em 10 de setembro.
Sampaio, que completou dois mandatos como Presidente da República entre 1996 e 2006, foi em abril de 2007 nomeado Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exercendo funções até fevereiro de 2013.
A cerimónia de homenagem terá como lema "a solidariedade não é facultativa, é um dever" — uma frase que Jorge Sampaio escreveu no seu último artigo — e contará com intervenções do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e mensagens gravadas enviadas pelo Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e pelo ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
Um dos últimos atos públicos de Jorge Sampaio foi, em agosto, quando os talibãs regressaram ao poder no Afeganistão, anunciar, num artigo publicado no jornal Público, um reforço da plataforma de apoio aos estudantes sírios para dar bolsas de estudo a jovens afegãs.
Na cerimónia de hoje, afirmou Augusto Santos Silva em declarações à agência Lusa no domingo, “estará em causa” o papel que Sampaio desempenhou na procura de “soluções de apoio aos estudantes do ensino superior que veem os seus estudos interrompidos por conflitos no seu país de origem por perseguições, violência, ou outras razões”.
Santos Silva recordou que Jorge Sampaio fundou em 2013 a Plataforma Global para Estudantes Sírios, para permitir a esses estudantes continuarem em Portugal os seus estudos interrompidos pela guerra civil no seu país.
Juntamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Sampaio trabalhou depois “no sentido de evoluir, a partir de um exemplo bem-sucedido português, para um mecanismo de resposta rápida em situações de emergência no Ensino Superior”.
“A melhor homenagem que nós podemos prestar a estadistas é continuar a trabalhar na direção que eles abriram”, sublinhou o ministro, adiantando que o objetivo de Portugal é que, de entre os mecanismos de cooperação e apoio humanitário disponíveis no sistema das Nações Unidas, haja um especificamente dirigido ao caso dos estudantes do ensino superior afetados por conflitos.
Quando pensamos em ilhas, imaginamos viagens e aventuras. Qual terá sido a viagem que a palavra fez até chegar ao português? Continuar a ler