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Newsletter diária • 07 mar 2025

 
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Quem disse que o irrevogável é para sempre?

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

Em julho de 2013 o mundo era um lugar diferente, mas Portugal já vivia em crise. Primeiro económica, depois política. Esta última foi espoletada pela "demissão irrevogável" de Paulo Portas. Nessa altura, no país e no mundo, as palavras ainda significavam o que vinha dicionários. Foi nesse verão que Paulo Portas revogou o irrevogável, e o que nos parecia estranho na altura, hoje seria só mais um dia na história.

12 anos passados, o mundo e o país são lugares diferentes, e os dicionários já não nos ajudam a traduzir aquilo que é o dia-a-dia que se vai revogando a si próprio quase ao minuto.

Recentemente vimos dois presidentes do chamado bloco ocidental a discutir em direto e uma Europa a tentar pôr-se em bicos de pés perante uma diplomacia à deriva. Da Sala Oval ecoou então uma certeza, não há acordo de minerais, nem negociações de paz. Já esta semana Donald Trump, assegurou na terça-feira ter recebido uma "carta importante" do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, onde manifestava disponibilidade para retomar as negociações para a paz e para assinar o acordo de minerais. Para nos surpreender - será que ainda surpreende? - ao fim do dia de ontem com a afirmação de que é mais fácil negociar com Putin do que com Zelensky.

Também esta semana começou com uma Moção de Censura condenada ao fracasso, mas de onde saiu o anúncio de uma Moção de Confiança, cujo destino ainda só podemos suspeitar.

Assistimos em direto ao mergulho livre numa crise política que fez Marcelo Rebelo de Sousa cancelar uma ida à Estónia e avançar com possíveis datas de eleições. Ontem, no fim da semana, o Ministro Adjunto e da Coesão Territorial Castro Almeida afiançou que há a possibilidade de o Governo retirar a Moção de Confiança no caso de o PS se mostrar satisfeito com os esclarecimentos dados e retirar a proposta de comissão de inquérito. Bastaram algumas horas para o Ministro da Presidência Leitão Amaro revogar essa afirmação:  "Não há nenhuma conversação que não seja o debate público que os portugueses conhecem. Não há conversações. Houve moções", afirmou.

Os destinos do país, e do mundo, estão dependentes dos próximos mergulhos, flic flacs e revogações irrevogáveis. Enquanto não houver mais atualidade para o SAPO24 traduzir, em vez de aguardar em apneia sugerimos voltar aos temas que ficam da semana.

Boas leituras e bom fim-de-semana.

 
 
 
 

 
 

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