Vem lá o comboio a apitar?
Edição por Ana Maria Pimentel
"Boa noite, o Governo decidiu hoje a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa. A determinação de um plano de obras para o Aeroporto Humberto Delgado e a conclusão dos estudos para a construção de uma terceira travessia sobre o Tejo e ligação ferroviária de alta-velocidade entre Lisboa e Madrid". Assim começou a comunicação de Luís Montenegro depois do Conselho de Ministros, há cerca de dois meses, que dava conta da aprovação da localização do futuro aeroporto de Lisboa. Mas também do não menos esperado TGV.
O tema do desinvestimento na ferrovia não é novo e uma acusação comum a todos os partidos que vão tratando de fazer o habitual passa culpas. Ainda no início do ano, num debate parlamentar marcado pelo PS sobre novas ligações ferroviárias, os socialistas recomendavam ao Governo que arrancasse com o concurso da Linha de Alta-Velocidade Porto-Lisboa até final de janeiro para não perder fundos europeus. A maioria das críticas da oposição centrava-se no tempo que considerava ter sido perdido pelo governo de então e anteriores executivos.
Uma boa linha ferroviária é importante não só do ponto de vista do impacto ambiental, ainda este fim-de-semana a Associação Zero dava como exemplo as deslocações do Euro 2024. Defendendo que se todas as seleções tivessem evitado as viagens de avião, quando há alternativa, poderiam reduzir as emissões das suas deslocações em pelo menos 60% durante o Euro 2024. Como também do ponto de vista económico e da posição de Portugal no mundo.
Ora, sabendo-se hoje que ligação por comboio à cidade de Lisboa é uma das seis piores no continente europeu, segundo uma avaliação feita pela Greenpeace sobre o aproveitamento da ferrovia nos países do bloco comunitário, a posição de Portugal no xadrez internacional fica muito debilitada.
Mas, se formos optimistas, podemos acreditar que esta realidade tem os dias contados. Termina hoje prazo para empresas concorrerem ao primeiro troço do TGV, os interessados em concorrer à primeira parceria público-privada (PPP) da linha de alta velocidade (LAV) Porto-Lisboa, correspondente ao troço entre Campanhã (Porto) e Oiã (Aveiro), têm assim até hoje para o fazer.
O SAPO24 tem estado a acompanhar o tema da ferrovia e as suas idiossincrasias. Ainda há pouco tempo os arquitetos lamentavam o monopólio de planos para estações do TGV, ao jornalista Diogo Ferreira Nunes. Queixando-se de haver uma aposta no imobiliário e não nas pessoas. Através de ajustes diretos, Infraestruturas de Portugal concentrou no gabinete do arquiteto espanhol Joan Busquets os planos para urbanização das estações de Campanhã, Vila Nova de Gaia, Coimbra e Leiria.
Vida
As ações da Nike caíram 18% na sexta-feira, marcando o maior tombo desde 2001, naquele que foi o segundo pior dia nos seus 44 anos de história como empresa cotada em bolsa. Afinal, o que se passou e está a passar com a gigante do calçado? Continuar a ler
O É Desta Que Leio Isto, clube de leitura da MadreMedia, conta com o escritor, jornalista e argumentista Rui Cardoso Martins no próximo encontro, para uma conversa sobre o seu romance "As melhoras da morte". Deixamos o convite para que se junte a nós a 17 de julho (quarta-feira), pelas 21h00.
Atualidade