Desporto
Dois presidentes da FPF, Gilberto Madaíl e Fernando Gomes, dois Mundiais (África do Sul e Brasil) e um Europeu (Suíça-Áustria). Oitavos-de-final (2010), meia-final (2012) e uma passagem sem história pelo Brasil. Dois treinadores, Queiroz e Bento. O primeiro volta a falhar com os “graúdos” e para a história fica o “perguntem ao Carlos”. O segundo "não dava beijinho" e podia ter sido o herói que o treinador que o sucedeu veio a ser. Nos anos da crise mundial e da Troika, do “aumento brutal de impostos” e do “irrevogável”, Ronaldo, o melhor do mundo, ganhava títulos e bolas de ouro no clube, mas nada pela seleção. Onde chegou muitas vezes em más condições físicas.
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Primeiro: tropeção, vitória, vitória. Depois: Beckham atira a bola para o Tejo, Postiga à Panenka, Ricardo tira as luvas e Maniche marca o golo do torneio. E eis que estávamos na final. Nas ruas, janela a janela, varanda a varanda, coração a coração, tudo no país estava enfeitado e enfeitiçado por uma bandeira de Portugal. O adversário era a Grécia, a surpreendente Grécia, a inesperada Grécia. A única equipa que tinha conseguido derrotar a seleção das quinas no jogo de abertura e que, num Estádio da Luz repleto, voltou a relembrar a desilusão que ainda hoje perdura quando o tema passa por aquele que foi considerado pela própria UEFA como o “melhor Europeu de sempre”.
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A Geração de Ouro continuava a surpreender. Depois de uma boa prestação na Holanda e Bélgica, no Campeonato da Europa, Portugal consegue uma fase de qualificação imaculada para o Mundial de 2002. A seleção das Quinas é uma das equipas a ter em atenção e a Federação sabe disso. Por isso, desenha um estágio a régua e esquadro em Macau para evitar um desaire como de Saltillo. Desta vez, Portugal tinha um plano, mas o que aconteceu primeiro em Macau e depois na Coreia do Sul e Japão saiu ao lado. Muito ao lado.
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Durante muitos anos foi a questão que mais sururu e discórdia levantou entre os portugueses: Abel Xavier fez ou não penálti, na meia-final, frente à França, no Euro 2000? O gesto foi ou não foi intencional? Volvidos quase vinte anos, este é um dos episódios que marca a história da equipa das quinas e também a história do próprio Campeonato da Europa desse ano. Para muitos, este foi um dos melhores torneios levados a cabo pela seleção nacional portuguesa: tão inesquecível quanto a mão - ou não de Abel Xavier foi a reviravolta no encontro inaugural contra Inglaterra.
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Após um hiato de dez anos, o ano de 1996 marca o regresso de Portugal aos grandes palcos. Com uma seleção recheada com os talentos de Riade e de Lisboa, a seleção nacional partiu para Inglaterra para "tentar" ser campeã europeia. Cairia aos pés do checo Poborský, que, de chapéu, marcou um golo que ficou para a história. Uma equipa melhor do que o resultado alcançado nesse Euro, deixou a Europa e o mundo atentos para o que poderia acontecer em 1998, no Mundial de França. Poderia acontecer mas não aconteceu porque um gaulês, num jogo com a Alemanha, mostrou cartão vermelho a Rui Costa e a onze milhões de portugueses.
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É difícil associar as vitórias das "esperanças" portuguesas em Riade, em 1989, e em Lisboa, em 1991, ao Portugal de 1986 e do caso Saltillo. No entanto, tinham passado apenas três anos. E em três anos, não era apenas o futebol que estava diferente - nomeadamente nas camadas jovens -, era também o país e o mundo que eram outros. Um tempo em que se acreditava que tudo seria melhor.
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Houve um tempo em que Portugal não sonhava sequer chegar à final de uma grande competição – simplesmente porque nem sequer chegávamos lá. Um tempo em que o mais próximo da vitória era torcer pelo Brasil. Entre 1984 e 1996, o país mudou e voltou a querer sonhar. E em dois anos, Portugal foi do céu ao inferno. É por aí que começamos a história de “Chegámos Lá, Cambada”, um documentário em oito episódios que nos leva de Saltillo a Paris.
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Gostamos de futebol porque nos faz sentir parte de um grupo, porque nos permite gritar de alegria e chorar de tristeza sabendo que, ainda assim, é apenas um jogo. Já perdemos, já ganhámos, mas no futebol como no resto, o importante é mesmo jogar.