Com Luís Filipe Vieira suspenso, a pergunta é: Quem vai liderar o Benfica?
Edição por António Moura dos Santos
Esta sexta-feira começou com um bomba, pelo menos no que concerne à vida desportiva do Sport Lisboa e Benfica: Luís Filipe Vieira confirmou que vai suspender funções enquanto presidente do clube.
A decisão, lida em comunicado pelo seu advogado, Magalhães e Pinto, é talvez expectável, mas nem por isso de menos importância, pelo que o clube vai reunir ao longo do dia para decidir quem lidera os rumos da Luz nos próximos tempos.
Rui Costa, um dos vice-presidentes da atual direção, é uma das mais fortes possibilidades — ainda que muitos adeptos contestem essa hipótese por considerar que a velha glória encarnada tem a sua idoneidade comprometida pela proximidade a Vieira. Domingos Soares de Oliveira, CEO do Grupo Benfica, é outra das hipóteses, ainda que sofra do mesmo problema de associação.
Todavia, mesmo que se escolha alguém para ocupar o lugar de Luís Filipe Vieira, tal não significa a substituição de Luís Filipe Vieira. O advogado do presidente encarnado deixou claro que uma suspensão do exercício de funções não significa uma renúncia ao cargo. Por outras palavras, mesmo não se sabendo o potencial desfecho da Operação Cartão Vermelho, Luís Filipe Vieira acredita continuar a ter condições para liderar o Benfica.
Esta novidade foi dada quando ainda não se sabe as quais medidas de coação que pendem sobre Vieira e os outros três detidos, que foram hoje conduzidos novamente ao Tribunal Central de Instrução Criminal para novo interrogatório por parte do juiz Carlos Alexandre.
Ontem, os detidos foram identificados e os advogados de defesa consultaram a prova indiciária até cerca das 22:00. No final, Magalhães e Silva admitiu que a prisão preventiva pode estar em equação e que "a gravidade teórica" dos crimes existe, mesmo frisando que o empresário está convicto da sua inocência.
Reestruturação do SEF em debate
A proposta do Governo que define a passagem das competências policiais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para a PSP, GNR e Polícia Judiciária, no âmbito da reestruturação do SEF, está a ser debatida no parlamento.
A proposta de lei, aprovada na semana passada em Conselho de Ministros, visa “a reformulação das forças e serviços de segurança que, nos termos da lei, exercem a atividade de segurança interna, alterando-se para tal a Lei de Segurança Interna, a Lei de Organização da Investigação Criminal e as leis orgânicas da GNR e PSP”.
À partida já se sabe que a lei vai ser viabilizada na generalidade uma vez que o BE se vai abster. O Governo refere que a alteração legislativa define a passagem das competências policiais do SEF para a Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP) e Polícia Judiciária (PJ), “concretizando-se assim a separação entre as funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes” prevista no programa do Governo.
Eduardo Cabrita já discursou no parlamento, dizendo que não se justifica "uma polícia para estrangeiros" em Portugal. Enquanto decorre o debate, há manifestação junto ao parlamento por parte do sindicato que representa os inspetores deste serviço de segurança. Ao todo, duas centenas de inspetores do SEF encontram-se em frente a São Bento para contestar a extinção do serviço.
Uma revisão que não é "uma revolução"
O PSD apresenta hoje, em Coimbra, o seu projeto de revisão constitucional, anunciado há mais de um ano, mas que a pandemia atrasou e que o presidente Rui Rio já disse não pretender ser “uma revolução”.
A apresentação está marcada para as 16:30 num hotel de Coimbra — cidade para onde o partido já propôs deslocalizar o Tribunal Constitucional — e será feita por Rui Rio e pelo dirigente e antigo juiz do TC Paulo Mota Pinto, que coordenou o grupo de trabalho criado para elaborar esta proposta.
Foi em 12 de março de 2020 que o PSD anunciou a intenção de apresentar um projeto de revisão constitucional, na altura previsto para pouco antes ou depois do verão do ano passado, no entanto, a pandemia de covid-19 atrasou os planos — até porque não se pode rever a Lei Fundamental em estado de emergência — e só em janeiro deste ano foi criado o grupo de trabalho para elaborar a proposta.
No ano passado, e questionado sobre quais seriam as prioridades sociais-democratas nessa revisão, Rui Rio deixou uma garantia: “Nós não vamos fazer uma revolução na Constituição, vamos fazer propostas de alterações pontuais”.
O presidente do PSD tem repetido que uma das alterações que pretende introduzir na Constituição é na composição e nomeação de órgãos judiciais, como o Conselho Superior do Ministério Público, de forma a “não haver juízes em causa própria”.
Quanto às propostas do partido no âmbito do sistema político (que estão a ser preparadas por outro grupo de trabalho no PSD com conclusões para breve), Rio admitiu no ano passado que poderiam implicar mexidas na Constituição, caso, por exemplo, o partido venha a propor o alargamento da duração da legislatura de quatro para cinco anos.
Atualidade
Desporto
Rodrigo Torres estreia-se nos Jogos Olímpicos de Tóquio e de lá o cavaleiro espera trazer um resultado igual, ou superior, à melhor marca nacional da modalidade equestre de ensino. O adiamento não foi benéfico mas permitiu ao seu cavalo, o Fogoso, ganhar um pouco mais de maturidade. A primeira memória dos Jogos envolve medalhas e o seu bisavô, Domingos de Sousa Coutinho.