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Newsletter diária • 26 jan 2023

 
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Depois de um tombo que poucos esperavam, Costa sai à rua

 
 

Edição por António Moura dos Santos

Por esta altura, António Costa, o seu executivo ministerial, os seus estrategas e os líderes socialistas do Largo do Rato já devem ter soado os alarmes.

A sondagem revelada ontem — encomendada pela TVI/CNN e realizada pela Pitagórica — revela um dado inédito desde 2017: o PSD ultrapassou o PS nas intenções de voto, tendo os sociais democratas 30,6% e os socialistas 26,9%.

No entanto, estes dados escondem uma realidade bem mais negra para o Governo do que à partida se verificaria: o que motivou a ultrapassagem não foi um crescimento do PSD, foi mesmo a queda a pique do PS. Isso fica patente ao olhar para os resultados das legislativas de 2022, decorridas há praticamente um ano.

O PSD teve nesse plebiscito 27,67% dos votos — ou seja, quase menos 3% do que as intenções apresentadas nesta sondagem —, mas o PS obteve a maioria absoluta de que ainda grangeia com 41,37%. Isso significa que, de há um ano para cá, os socialistas parecem ter pedido 14,47 pontos.

O rol interminável de casos a afetar o Governo e a incapacidade de conter a contestação social a brotar de setores como o dos médicos ou dos professores parecem explicar esta queda de popularidade, mas e agora? 

Marcelo tem repetido uma e outra vez que não pretende dissolver o parlamento nem levar o país para eleições antecipadas. E o próprio líder da oposição, Luís Montenegro, reconheceu ontem à noite que esta é ainda “a hora” de Costa para governar. “No dia em que concluirmos que o Governo não tem condições para prosseguir, não vamos a correr ver quem chega primeiro, não vamos com manobras de diversão. Vamos ao senhor Presidente da República dizer por mais A mais B porque é que a realidade política e económica do país reclama a interrupção da legislatura”, afirmou.

Apesar da decadência acelerada do executivo, o tempo ainda é aliado do Governo de Costa, porque ninguém quer eleições uma vez mais, especialmente no contexto de incerteza que Portugal — e o mundo — atravessam.

É por isso que hoje o primeiro-ministro e o seu Governo foram para a rua, procurar dar uma imagem de trabalho em curso e tentando afastar o miasma de controvérsia que o tem empestado, retomando a iniciativa “Governo Mais Próximo”, com o Conselho de Ministros a decorrer em Castelo Branco. A iniciativa começou em Bragança em 2020 e foi interrompida pela pandemia, sendo agora reativada com mais de 40 iniciativas em dois dias.

Perante as sondagens, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, procurou desvalorizar esses dados, dizendo que “agora, é tempo de cumprir o programa e é isso que estamos a fazer”. Segundo a governante, esta iniciativa vai continuar ao longo dos próximos meses e com uma “grande regularidade”, procurando, em proximidade com os agentes locais, dar resposta a problemas das populações e acelerar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos fundos comunitários.

Devido ao Conselho de Ministros realizar-se hoje em Castelo Branco, haverá um especial enfoque em temas como as florestas e os fundos comunitários.

 
 
Patrícia Reis
 
 

Vamos corrigir a internet? Talvez não seja possível quando perpetuamos ideias e as passamos... Continuar a ler