Duas décadas do Douro como Património Mundial
O Douro é mais que um rio e a paisagem que lhe faz as margens. Há de ser sobretudo as gentes, as mãos rugosas que montaram os socalcos, a cara queimada que cortou as uvas, o corpo dorido de subir e descer o vale com todo o mundo às costas. O Douro foi inscrito na lista da UNESCO como paisagem cultural evolutiva e viva a 14 de dezembro de 2001.
Em Lamego, cidade encaixada a meio do percurso que o rio faz no território português, decorrem as comemorações dos 20 anos da inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista. Mas em Alijó, ali à beira, a Associação Vale d’Ouro reivindica como “prenda” a reativação do troço internacional da linha ferroviária para posterior ligação a Espanha.
“Havia condições para que hoje estivesse a iniciar-se a obra da reabertura até Barca d’Alva. Infelizmente continuamos à espera de uma comissão de trabalho, continuamos à espera que a obra da eletrificação entre o Marco e a Régua comece e que o projeto da eletrificação entre a Régua e o Pocinho seja lançado”, lamentou o presidente da direção da Vale d’Ouro, Luís Almeida, citado num comunicado divulgado pela associação.
Sediada no Pinhão, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, a associação tem estado na linha da frente da defesa da linha ferroviária do Douro e da sua reativação até Espanha. Para o dirigente associativo, a “prenda perfeita” dos 20 anos da inscrição do Alto Douro Vinhateiro (ADV) na lista da UNESCO como paisagem cultural, evolutiva e viva “era a reabertura” deste troço.
Com foco na reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva, a Associação Vale d’Ouro avança com uma “estimativa na ordem dos 50 milhões de euros para que os comboios comecem a circular a curto prazo até à fronteira”. De acordo com a instituição, “o investimento na linha do Douro revolucionará a mobilidade na região reaproximando os territórios transfronteiriços do litoral, aproximando o Douro e devolvendo ao país um dos seus tesouros mais bem guardados”.
Luís Almeida lamentou que o dia de aniversário “não seja o de lançar a primeira pedra, ou no caso a primeira travessa da reabertura” e referiu que “este é o grande assunto na agenda na região” e, por isso, “num dia tão importante é imperativo que a Linha do Douro seja tema central”. “Estamos a falar de um investimento muito reduzido, já validado pela Assembleia da República e com capacidade de gerar um retorno capaz de amortizar rapidamente o investimento”, salientou.
A Assembleia da República aprovou em março, por unanimidade, os projetos de resolução do BE, PAN, PSD, PCP e PEV que defendem a requalificação da Linha do Douro, a reabertura do troço Pocinho - Barca d´Alva e a reativação da ligação a Espanha. Em maio de 2021 foi formalizado o grupo de trabalho que está a estudar e definir o modelo de reabertura do troço ferroviário de 28 quilómetros, entre o Pocinho e Barca d’Alva que foi encerrado em 1988, estando prevista a apresentação das conclusões até ao verão.
A Linha do Douro desenvolve-se ao longo de 191 quilómetros, de Ermesinde (Porto) a Barca d´Alva (Guarda).
Depois de 20 anos da classificação do ADV, Luís Almeida diz que “o balanço é positivo”. “Cresci num território antes da classificação e vê-lo evoluir neste período foi muito interessante, ainda falta fazer muito e corrigir muito, há uma sensação no território que pouco mudou mas penso que na globalidade estamos melhor”, referiu.
Sobre a região, acrescentou que “ainda falta uma entidade que possa defender os interesses do Douro e integrar todas as dimensões que concorrem para o desenvolvimento do território”. “A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, desde há quatro anos, começou a fazer muito desse trabalho, mas faltam mais competências para que possa assumir totalmente esse papel”, apontou.
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