E agora focamo-nos em quê?
Edição por Tomás Albino Gomes
Portugal, no topo da lista dos países da União Europeia com maior incidência de covid-19, inicia hoje mais uma semana com novas medidas restritivas, desta vez no Algarve.
Nos municípios de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel estão suspensas a partir de hoje as aulas presenciais do 1.º e 2.º ciclos devido à gravidade da situação epidemiológica.
A decisão, anunciada pela Autoridade de Saúde Regional do Algarve, tem como base “o princípio da precaução”, devido à existência de “816 casos ativos confirmados de covid-19”. Mas teve uma resposta muito negativa por parte dos partidos da oposição que consideraram esta suspensão das aulas como uma "falta de respeito" pelos pais.
A região mais a sul do território continental é a que apresenta o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 mais elevado no país, com 1,3, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Isto num país que era, na sexta-feira, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em inglês), o país europeu com maior número de casos por 100 mil habitantes (124,04), à frente de Espanha (120,69).
Esta realidade de contágios e restrições contrasta com os avanços no processo de vacinação. Se parece que estamos perto da tão ansiada meta que nos pode dar algum conforto para retomarmos uma vida mais próxima da normalidade, os mais recentes boletins relembram-nos que ainda não é tempo de baixar os braços.
Sabemos que é a fase final, mas depois de dois confinamentos gerais, e num período habitual de férias, a tendência para incumprir ou facilitar parece ser cada vez maior. E se até ontem tínhamos a participação da seleção portuguesa no Euro2020 para nos ajudar a escapar disto tudo, com a cabeça a imaginar um segundo título europeu consecutivo, a verdade é que às 20h48, Thorgan Hazard, no único remate enquadrado com a baliza da Bélgica em 90 minutos regulares e 5 de compensação, deixou cair esse sonho.
O foco agora não tem escapatórias. É aquele e só aquele que domina a atualidade desde o início de 2020. É aquele que queremos chutar para longe, num remate o mais preciso possível para não termos de viver num confina/desconfina constante. É o maior título possível.
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