Em menos de meio ano, 13 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica
Edição por Tomás Albino Gomes
Qualquer algarismo acima de zero seria aterrador. Infelizmente, 13 são muitas vidas acima de zero. De acordo com o Jornal de Notícias, em 2022, 13 mulheres foram assassinadas pelo cônjuge ou companheiro em contexto de violência doméstica.
A última vítima conhecida foi Sílvia Mendes, morta a tiro pelo marido na segunda-feira de manhã, em Felgueiras.
"O número de homicídios conjugais a esta data é claramente assustador. Parece estar a recuperar a tendência do período pré-pandémico, o que é preocupante", disse, ao JN, João Lázaro, presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Os dados dizem-nos que em 2021 foram mortas 16 mulheres neste mesmo contexto. Em 2022, ainda antes do calendário chegar a meio, o número de femicídios é assustadoramente próximo.
Os sinais da regressão assinalada pelo dirigente da APAV começaram a aparecer logo no início do ano. Só nos primeiros dois meses de 2022 foram abertos mais 126 inquéritos por violência doméstica do que em igual período de 2021.
Este ano, em média, morreram mais de duas mulheres por mês. A este rimo, 2022 pode ficar marcado por um regressão brutal no combate à violência doméstica, com os números a aproximarem-se dos de 2020 e 2019, anos em que foram assassinadas 27 e 26 mulheres, respetivamente, neste contexto.