Após quase um ano de conflito em Gaza, Israel aponta foco para norte
Edição por Ana Damázio
Durante a última noite, Israel e o Hezbollah voltaram a investir após os ataques mortais de segunda-feira, no Líbano, que, segundo o Governo libanês, provocaram a morte de 558 pessoas, incluindo de 50 crianças, o número mais elevado de mortes desde a última guerra entre os dois, em 2006.
De acordo com a Reuters, o exército israelita afirmou que atingiu dezenas de alvos do Hezbollah.
Em contrapartida, o Hezbollah disse que alvejou vários alvos militares israelitas, incluindo uma fábrica de explosivos no interior de Israel, atacada com foguetes Fadi por volta das 04h00 locais (01h00 em Portugal), e o campo de aviação de Megido, perto da cidade israelita de Afula.
A organização confirmou ainda o bombardeamento dos armazéns logísticos da 146ª Divisão na base de Naftali.
Ontem, Josep Borrell, o chefe da diplomacia europeia, alertava que o conflito entre Israel e o grupo libanês Hezbollah ameaça mergulhar o Médio Oriente numa "guerra total".
"Chegou o momento de agir. Todos devem fazer o possível para parar isto", disse, reconhecendo o fracasso dos esforços diplomáticos até agora para interromper a guerra na Faixa de Gaza.
No entanto, hoje, no discurso de abertura da 79.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, António Guterres, o Secretário-Geral das Nações Unidas, salientou uma preocupação ainda maior.
"Deveríamos ficar todos alarmados com a escalada. O Líbano está à beira do abismo. O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não se podem dar ao luxo de que o Líbano se torne outra Gaza", afirmou Guterres.
"Estamos a caminhar em direção ao inimaginável: um barril de pólvora que corre o risco de engolir o mundo", acrescentou.