Governo e sindicatos unem-se para resolver o problema dos professores deslocados. Será que é desta?
Editado por Beatriz Cavaca
O Ministério da Educação e sindicatos estão hoje reunidos para discutir um apoio à deslocação para professores colocados em escolas longe de casa e medidas para melhorar as condições de trabalho do pessoal não docente.
Em causa estão negociações sobre um ponto do decreto-lei que criou um regime excecional e temporário para a contratação de professores.
Governo e professores vão também discutir a criação de um apoio à deslocação destinado aos educadores de infância e aos professores dos ensinos básico e secundário, que fiquem colocados em agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas considerados carenciados, ou seja, escolas situadas nas zonas da Grande de Lisboa, Alentejo e Algarve.
No final de julho, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, admitiu que o próximo Orçamento do Estado poderá vir a contemplar apoios para atrair mais docentes para as escolas com mais casos de alunos sem aulas.
Há muito que este é um problema que afeta em especial os estabelecimentos de ensino nas zonas de Lisboa, Alentejo e Algarve, tendo a tutela desenhado o plano “+Aulas + Sucesso” para atrair professores, um projeto que não contemplava apoios à habitação ou à deslocação.
Um dos objetivos do plano é chegar a dezembro com uma redução de 90% de alunos sem aulas, em relação aos valores registados no ano passado.
Em declarações aos jornalistas no final de julho, Fernando Alexandre admitiu ser “expectável verificar dificuldades em suprir as necessidades [de professores] na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve” no arranque do ano letivo.
Já o anterior ministro da Educação também tinha anunciado um apoio até 200 euros aos docentes que ficassem colocados longe de casa.
O plano “+ Aulas + Sucesso” prevê, entre outras medidas, que os professores adiem a reforma recebendo um extra de 750 euros ou que possam fazer mais horas extraordinárias.
Recorde-se que no Conselho de Ministros de dia 22 de agosto foi também anunciado nesta área a criação de bolsas para os jovens que querem ser professores e medidas que permitem que bolseiros de investigação científica possam dar aulas.
"Estas medidas estão focadas nas escolas com carência e nas disciplinas com maior escassez", disse na altura o ministro da Presidência António Leitão Amaro.
Foi ainda aprovado um projeto de decreto de lei para negociação com os representantes dos professores que consiste num concurso extraordinário de vinculação para as escolas com carência de professores em disciplinas deficitárias e um suicídio mensal atribuído a quem esteja a mais de 70 quilómetros do seu domicílio fiscal com valores entre os 70 e os 300 euros.
“Para simplificar, 70 euros para quem esteja a 70 quilómetros, 300 euros para quem esteja a 300 quilómetros”, resumiu o ministro
"Alunos prolongadamente sem aulas são alunos prejudicados fortemente não apenas no ano letivo em questão, mas também para o resto das suas vidas", disse ainda o governante.
*Com Lusa
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