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Newsletter diária • 15 set 2023

 
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Governo vai ajudar os portugueses com os créditos habitação

 
 

Editado por Gonçalo Lopes

O Governo vai criar um mecanismo para permitir reduzir e estabilizar durante dois anos as prestações do crédito à habitação. Os detalhes continuam a ser ultimados e apenas devem ser conhecidos daqui a uns dias, após aprovação no Conselho de Ministros. A notícia foi inicialmente avançada esta sexta-feira pelo jornal Expresso e posteriormente confirmada pelo ministro das finanças, Fernando Medina.

“O que o Governo está a fazer é precisamente criar um mecanismo para proteger mais estas famílias relativamente ao movimento dos juros, criar aqui uma situação de previsibilidade, de estabilidade, ao mesmo tempo que alargaremos o acesso à bonificação do crédito, isto é, aos apoios que damos àquelas famílias que, situando-se até determinado patamar de rendimento, estejam hoje numa taxa de esforço muito significativa”, disse Fernando Medina.

As medidas em concreto serão aprovadas no Conselho de Ministros da próxima semana, sendo que Fernando Medina não revelou os pormenores das mesmas. Ainda assim, o Expresso levantou a ponta do véu esta sexta-feira.

Assim, em termos de valores, estes poderão rondar de 75% da atual Euribor, ou seja, os portugueses, em vez de pagarem uma prestação sobre a totalidade do indexante, que anda agora nos 4,040% a 6 meses e nos 4,159% a 12 meses, pagariam apenas sobre três quartos. Seriam cerca de 3% (mais spread) em vez de 4%, o que permitirá reduzir em cerca de 60 euros a prestação mensal por cada cem mil de empréstimos a 30 anos.

Traduzindo, num crédito de 300 mil, a prestação diminuiria quase 180 euros, de 1520 para 1347, e num contrato de 200 mil euros passaria de 1013 para 898. Clientes com prazos de empréstimos mais curtos, de 20 ou 10 anos, por exemplo, teriam descidas ligeiramente inferiores em valor absoluto (52 e 48 por cada cem mil, respetivamente) mas bastante inferiores em termos proporcionais.

Esta medida surge um dia depois do Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro, sendo que muitos especialistas, e o próprio BCE, admitem que as mesmas permaneçam neste patamar até 2025.

Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, que aumentou as taxas de juro em 450 pontos base desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro.