Guia para as últimas horas do último dia do mercado de transferências
Edição por Tomás A. Gomes
A janela de transferências que se encerra hoje à meia-noite já viu Cristiano Ronaldo e Lionel Messi mudarem de clube. Viu ainda o Paris Saint-Germain, num golpe certeiro de zeros, digno das mais elevadas artes marciais financeiras, contratar o astro argentino, Sergio Ramos (ex-Real Madrid), Georginio Wijnaldum (ex-Liverpool) e Gianluigi Donnarumma (ex-AC Milan) - e ainda a sentir-se à vontade para desembolsar 60 milhões de euros por Achraf Hakimi junto do Inter de Milão.
O clube milanês, aliás, foi um dos que lutou para 'sobreviver' durante estes duros meses de mercado. Onze anos após ter conseguido voltar a conquistar o título da Serie A, os Nerazzurri viram sair o treinador Antonio Conte e o principal artilheiro da equipa, Romelu Lukaku, que, apesar das promessas da direção do Inter, foi para o Chelsea, atual campeão europeu, tornando-se assim no jogador que mais dinheiro movimentou na história do futebol, 327,56 milhões de euros.
Mas atenção, isto nem é a ponta do icebergue.
Recapitulando. O Manchester City bateu o recorde de transferência mais cara de sempre da Premier League, ao desembolsar 117,5 milhões de euros por Jack Grealish, junto do Aston Villa. O Manchester United conseguiu (finalmente) fechar a contratação de Jadon Sancho ao Dortmund. Rapahel Varane trocou o Real Madrid pelo United e David Alaba deixou o Bayer Munich, a custo zero, para assinar pelos madrilenos.
Depay deixou França e assinou pelo Barça, o primeiro da era pós-Messi. Tammy Abraham, sem espaço no Chelsea, reforçou a AS Roma de José Mourinho e Martin Ødegaard, o eterno prodígio norueguês, finalmente libertou-se do Real Madrid e assinou pelo Arsenal.
Para além de tudo isto ainda houve aquelas novelas que não se concretizaram: a transferência de Harry Kane para o City, uma eventual saída de Haaland do Dortmund ou ainda, com um ou outro ponto de interrogação, face às imprevisibilidades das últimas horas do mercado, a saída de Kylian Mbappé da capital francesa rumo a Madrid.
Em Portugal o mercado também foi mexido. O campeão Sporting reforçou-se cá dentro com as contratações de Manuel Ugarte ao Famalicão e de Ricardo Esgaio ao Sporting de Braga. O FC Porto viu chegar Pepê, Wendell, Bruno Costa e Fábio Cardoso. Já o SL Benfica voltou a puxar dos cordões à bolsa e pagou 17 milhões de euros pelo ponta de lança Roman Yaremchuk, que jogava no Gent e foi um dos destaques da seleção da Ucrânia este Euro. Reforçou-se ainda com a contratação a custo zero de João Mário, uma transferência que ainda promete fazer correr muita tinta devido à cláusula anti-rivais que o jogador, ex-Sporting, tinha no seu contrato com o Inter de Milão. Para além disso, o clube da Luz arrumou a casa com as saídas de Pedrinho, Luca Waldschmidt, Nuno Tavares e Franco Cervi.
No todo, podíamos até arriscar dizer que nunca houve um mercado assim, acima de tudo pela significância das movimentações. Os dois melhores jogadores dos últimos anos mudaram de clube, a liga espanhola vê-se sem nenhum dos maiores astros, à falta de Ronaldo e Messi não conseguiu que nomes como Haaland ou Mbappé aterrassem no segundo campeonato do ranking da UEFA. O Real Madrid perdeu não só o seu capitão como a dupla de centrais que lhe valeu quase uma mão cheia de Ligas dos Campeões. O Inter perdeu o ponta de lança que podia ser a alavanca para voos que fariam relembrar outros tempos da história do clube.
Mas se tudo isto parece muito, é importante que nos relembremos que o mercado só fecha à meia-noite e que, até lá, ainda podem acontecer algumas coisas dignas de receber uma notificação de última hora no seu telemóvel:
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