Hoje, o Brasil vai tremer. Comissão de inquérito à Covid-19 chega ao fim e Bolsonaro pode ser acusado de crime contra a humanidade
Edição por Tomás Albino Gomes
É uma notícia que promete abalar o Brasil. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que investigou alegadas falhas e omissões do Governo na gestão da covid-19, apresentará hoje o seu relatório final, que deverá acusar o Presidente, Jair Bolsonaro, de vários crimes.
A leitura do relatório final da CPI, que contém mais de mil páginas e que resultou de uma investigação que se prolongou por seis meses no Senado do Brasil, está prevista para hoje e a votação deverá acontecer no próximo dia 26 de outubro.
A comissão foi instalada no Senado brasileiro em abril passado e, desde então, tem apurado indícios de inúmeras irregularidades, que vão desde a defesa de fármacos ineficazes contra a doença por parte do Governo, até possíveis casos de corrupção na negociação de vacinas.
Na semana passada, o relator da CPI, senador Renan Calheiros, afirmou que deverá acusar Bolsonaro de 11 crimes cometidos na condução da crise sanitária no país: epidemia; infração de medidas sanitárias; emprego irregular de verbas públicas; incitação ao crime; falsificação de documento particular; charlatanismo; prevaricação; genocídio de indígenas; crime contra a humanidade; crime de responsabilidade e homicídio qualificado.
No entanto, na versão final do documento, o número de crimes caiu para nove, tendo caído os de homicídio e genocídio.
Além de Bolsonaro, ministros, ex-ministros e filhos do Presidente também deverão constar na lista de acusados.
Se forem aprovadas por maioria simples pelos onze membros da CPI, as propostas de indiciamento contidas no relatório deverão ser encaminhadas ao Ministério Público, à Câmara dos Deputados e demais órgãos responsáveis por fiscalizar a atuação do Governo, e até ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, para que se promova a eventual responsabilização civil, criminal e política dos acusados.
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