Ministério Público pede 10 anos de prisão para Ricardo Salgado
O Ministério Público pediu, esta terça-feira, a condenação do antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, a uma pena de prisão de prisão não inferior a 10 anos, no processo que foi separado da Operação Marquês.
Para o procurador Vítor Pinto, o ex-banqueiro tinha uma “especial obrigação” de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado, realçando ainda a “motivação manifestamente egoísta, dada a sua situação económica”, a “persistência criminosa” e a “ausência de arrependimento” do arguido.
A defesa, por sua vez, pediu a absolvição do antigo presidente do BES e criticou o Ministério Público por pedir uma pena não inferior a 10 anos. O mandatário lembrou o diagnóstico de doença de Alzheimer atribuído ao ex-banqueiro, de 77 anos, e que o próprio confirmou hoje em tribunal.
“Ao pedir a prisão efetiva de uma pessoa com a patologia comprovada do doutor Ricardo Salgado, [o MP] pede algo que vai contra a decência e o humanismo”, argumentou a defesa, acrescentando: “O Ministério Público fingiu que não sabe da condição do doutor Ricardo Salgado, desconsiderando tudo o que está na jurisprudência e no humanismo do Estado de Direito português”.
Ricardo Salgado apareceu esta manhã, pela primeira vez, no julgamento no âmbito da Operação Marquês, do qual este processo foi separado, em que responde por três crimes de abuso de confiança. No entanto, não prestou declarações em tribunal, alegando não estar "em condições” por ter sido diagnosticado com "a doença de Alzheimer".
O coletivo de juízes presidido por Francisco Henriques agendou para 7 de março, às 16:00, a leitura do acórdão do julgamento do antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.
20 anos a encher Alqueva
O enchimento da albufeira do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, iniciou-se há 20 anos, em 8 de fevereiro de 2002, com o fecho das comportas da barragem, no Alentejo. A Central Hidroelétrica do Alqueva, no rio Guadiana, começou a funcionar 2 anos depois.
Nesse mesmo ano, foi inaugurado o primeiro bloco de rega e arrancou a mudança dos habitantes da Aldeia da Luz (Mourão) para a nova aldeia, um processo que terminou no ano seguinte.
Hoje, a barragem produz energia e a albufeira garante o abastecimento de água a cerca de 200 mil habitantes, regando 130 mil hectares agrícolas.