Não sei o que fizeste no Natal passado, mas espero que o faças neste
Edição por Tomás Albino Gomes
O Natal de 2020 está longe de ser uma memória distante. Não só pelas restrições que obrigaram à divisão de famílias, mas sobretudo pelo terrível mês de janeiro e fevereiro que o sucedeu. Em número de casos, mas essencialmente em número de mortes e internamentos.
A vacina e a elevada taxa de vacinação da população portuguesa elegível deu-nos esperanças de que este período de festas seria diferente, mas o inverno e o aparecimento de uma nova variante mexeram bastante com as expectativas.
Este domingo, o antigo diretor dos serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, André Peralta-Santos, no Twitter escreveu uma série de publicações que chamam a atenção para o período de festas que vivemos, para o que aconteceu no último ano e para como estamos e temos de lidar com a variante Omícron.
Num conjunto de tweets com o título “estamos a cometer os mesmos erros do Natal passado”, o especialista pede medidas idênticas às da Dinamarca, que encerrou locais considerados de super contágio como cinemas, espetáculos, discotecas e bares.
Nos primeiros tweets, o investigador olha para a situação no Reino Unido e na Dinamarca, dois países que estão “três ou quatro dias adiantados” a Portugal em relação à prevalência a variante Ómicron, realçando que o nosso país ainda “não teve a explosão de casos, mas muito provavelmente terá na próxima semana”, referindo-se a este período do Natal, de 20 a 26 de dezembro, razão pela qual também ainda não notou um aumento preocupante dos internamentos em Portugal, um capítulo em que o especialista diz que “continuamos com boa margem”.
No entanto, sublinha que “com crescimentos exponenciais a margem pode acabar rapidamente”, dando o exemplo do Reino Unido, onde as hospitalizações estão a começar a dar “sinais de preocupação”.
O médico explica que caso não sejam aplicadas medidas preventivas de redução dos contágios, Portugal corre o risco de que janeiro tenha níveis de doença na comunidade muito elevados e pressão muito elevada nos hospitais com degradação da qualidade e acesso a cuidados não covid”.
O primeiro mês do novo ano vai ser melhor do que o trágico início de 2021, devido à cobertura vacinal, no entanto, Peralta-Santos confessa que o mês que se avizinha vai ser "muito pior do que esperávamos há três semanas” devido à Ómicron.