O novo modelo das urgências está a resultar?
Edição por Alexandra Antunes
O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) lamentou hoje o Governo tenha decidido acrescentar uma pré-triagem obrigatória aos tempos de espera nas urgências — e defende que esta opção desumaniza o serviço e não resolve o problema das esperas.
Em comunicado, o MUSP afirma que o único efeito prático da pré-triagem obrigatória para a Linha Saúde 24 é “atrasar ainda mais as intervenções médicas, mesmo nos casos mais urgentes, já que nos hospitais, os utentes, apesar da triagem continuam sujeitos a longas horas de espera”.
“O Ministério da Saúde sabe perfeitamente, tão bem quanto todos nós os utentes, que as longas filas de espera resultam da falta de profissionais, de condições para os fixar e atrair para o SNS. Ainda assim opta, por hipocrisia política, por inventar um novo procedimento meramente burocrático, criando mais uma nova barreira, atrasando o ato médico”, é sublinhado na nota.
No entendimento do MUSP, a um problema sério que exigia medidas sérias e profundas, designadamente mais investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos seus profissionais, o “Governo responde com uma medida burocrática, contrata um ‘call-center’ para a saúde”.
O que diz o Ministério da Saúde?
A ministra da Saúde estimou hoje que no prazo de três a quatro semanas será possível avaliar o modelo de pré-triagem da linha Saúde 24, afirmando que houve uma redução na ordem dos 30% na afluência às urgências.
Ana Paula Martins recusou que o modelo de pré-triagem “seja ineficaz” e defendeu que só será possível tirar conclusões depois de “passar toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do inverno”.
A ministra lembrou que o modelo foi testado ainda pelo anterior governo socialista e que o objetivo é ampliar a todo o país, salientando que, em relação aos dados estatísticos, têm sido publicados regularmente.
De acordo com Ana Paula Martins, não há ainda dados consolidados e é preciso juntar os dados que vêm diretamente da Linha Saúde 24 com os das urgências hospitalares.
“Quando tivermos toda esta informação conciliada, conseguiremos perceber o que vai acontecer. Daqui a três semanas, quatro no máximo, quando passar toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do Inverno, seremos capazes de concluir sobre qual é, de facto, o impacto da pré-triagem”, defendeu.
Adiantou, por outro lado, e tendo por base “os profissionais que estão no terreno e com quem todos os dias a direção executiva fala”, que nas urgências, “sobretudo aquelas que têm maior afluência”, há uma redução de cerca de 30% de afluência.
A ministra admitiu que a linha precisa ser melhorada, mas defendeu que o Governo já conseguiu “conquistar um novo modelo de acesso à urgência, que tem de ser consolidado”.
Sobre as urgências fechadas, Ana Paula Martins defendeu que através do portal SNS24 todas as pessoas têm conseguido identificar as urgências com constrangimentos e lembrou que, das 195 urgências existentes, nas várias tipologias, só cerca de oito sentiram constrangimentos no período do Natal e fim de ano.
*Com Lusa
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