Abriram-se as portas para os quartos dos adolescentes
Edição por Ana Maria Pimentel
Adolescência, a série da Netflix pôs todos a olhar para os ecrãs e obrigou os adultos a pensar o que se passa nos ecrãs dos adolescentes.
Esta newsletter não vai ter spoilers, porque não são precisos spoilers para reconhecermos que a relação das crianças e dos adolescentes com os telemóveis e com a internet nos deve preocupar a todos. Professores, psicólogos, nutricionistas, pediatras e peritos em segurança cibernética andam há anos a alertar-nos, mas finalmente o tema parece ter entrado de facto nas preocupações dos cuidadores dos mais jovens. Resta saber até quando e com que consequências.
Todos - dos mais mais velhos aos mais novos - vivemos com os olhos postos em ecrãs, basta pensar onde está a ler esta newsletter que escrevo num computador. Mas nem todos estamos preparados, nem temos ferramentas, para enfrentar os perigos online e nem a todos estar online deixa consequências no desenvolvimento físico e cognitivo.
Os alertas são muitos, há muitos anos, desde vítimas de predadores a crianças com distúrbios alimentares por fazerem refeições a ver o telemóvel, passando por bullying e atrasos cognitivos, estar online parece ter tanto de bom quanto de mau. Mas será mesmo uma e outra na mesma proporção?
Foi preciso uma série para nos pôr a olhar para os telemóveis dos adolescentes, mas infelizmente a situação não é exclusiva de guiões ou de histórias distantes e inventadas. Foquemo-nos apenas em três exemplos desta semana e em Portugal.
1- De Loures chegou a notícia de três influencers que publicaram um vídeo a violar uma jovem de 16 anos. A vítima foi violada na arrecadação de um prédio e filmada pelos agressores. Estes últimos eram tiktokers e ela uma fã entusiasmada por os conhecer. O vídeo esteve durante umas horas publicado nas redes sociais, com milhares de visualizações, mas ninguém denunciou.
Precisamos de falar do que se passa nos ecrãs dos adolescentes e precisamos de dar espaço aos adolescentes para que partilhem connosco o que se passa nos seus ecrãs e isso passa por terem tempo sem telemóvel.
Apesar do fenómeno incel não ser novo na internet, a nova série da Netflix, “Adolescência”, veio trazer uma nova onda de popularidade a esta comunidade. Mas quem são os incels, o que representam e que perigos apresenta esta comunidade, que está maioritariamente atrás de ecrãs?
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