Para a Maria Luís, uma "pasta crucial”
Editado por Beatriz Cavaca
Uma "pasta crucial” foi assim que o primeiro-ministro classificou a pasta dos Serviços Financeiros atribuída à comissária europeia proposta por Portugal, Maria Luís Albuquerque.
“Realçamos a pasta crucial atribuída à comissária Maria Luís Albuquerque, indicada por Portugal. Será um setor vital para a competitividade da nossa economia, a concretização da União do Mercado de Capitais, o fomento do investimento privado e o reforço da capacidade de inovação europeia”, defende Luís Montenegro.
O chefe do Governo realça que os temas que ficarão sob a alçada da ex-ministra das Finanças “foram considerados fulcrais na estratégia da União aprovada pelo Conselho Europeu e foram evidenciados com especial destaque pelos recentes relatórios Letta e Draghi, em particular este último”.
Esta proposta de Ursula von der Leyen foi divulgada à imprensa após uma reunião esta manhã com a Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu (estrutura que junta a líder da assembleia europeia e os responsáveis dos partidos políticos), na qual Ursula von der Leyen apresentou então a sua proposta do colégio de comissários no próximo ciclo institucional (2024-2029), que inclui a antiga ministra portuguesa das Finanças Maria Luís Albuquerque, proposta pelo Governo.
Maria Luís Albuquerque, 57 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da ‘troika’, sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
No PSD, foi vice-presidente durante a liderança de Passos Coelho e cabeça de lista dos candidatos a deputados pelo PSD em Setúbal em 2011 e 2015.
É membro do Conselho Nacional do PSD – segundo nome da lista da direção de Luís Montenegro, logo a seguir a Carlos Moedas -, e integrou o Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley.
Na comissão Albuquerque vai integrar uma equipa composta por 11 mulheres, o equivalente a 40%, com quatro como vice-presidentes executivas.
“No que toca à igualdade de género, […] temos 11 mulheres candidatas ao novo colégio que apresento, o equivalente a 40%”, anunciou Ursula von der Leyen, falando em conferência de imprensa à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
Em declarações na apresentação da sua nova equipa, a responsável apontou que, inicialmente, as nomeações dos Estados-membros representavam uma quota de “apenas 22%” de mulheres.
“Isso era completamente inaceitável, por isso trabalhámos intensamente com os Estados-membros e fomos capazes de aumentar a percentagem para 40% de mulheres e 60% de homens”, comentou, admitindo, porém, “muito mais trabalho a fazer” para alcançar a ambicionada paridade no colégio de comissários.
Destas 11 mulheres, quatro são vice-presidentes executivas, de países como Estónia, Finlândia, Roménia e Espanha (além de dois homens também nesta hierarquia, de Itália e França).
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