Para Filipe La Féria, o grande desafio é "fazer teatro num país que não ama a arte"
Edição por Alexandra Antunes
"Para mim, todos os dias são dias mundiais do teatro. É a arte mais bela, mais humana, olhos nos olhos com os espectadores. E é irrepetível, nenhum espetáculo é igual ao outro".
Quem o diz é Filipe La Féria, neste Dia Mundial do Teatro.
O nome do encenador anda de mão dada com o teatro musical em Portugal. Nasceu no Alentejo, mas foram os palcos em Lisboa que lhe prenderam o coração.
Atualmente tem dois espetáculos em exibição na capital — "A Bela e o Monstro" e "Fátima" — e "O Porto é uma Festa" a caminho da Invicta.
Recebe o SAPO24 na Porta dos Artistas do Politeama e sobe as escadas com a energia que o caracteriza. No seu gabinete, começa por mostrar uma maqueta da Capelinha das Aparições, mote para a conversa que se segue.
Para o encenador, a ópera-rock prestes a completar a 100.ª apresentação veio "numa altura em que as pessoas precisam de esperança", devido ao estado do mundo. Entre crises e guerras, recua no tempo e vai até 1917, para explicar a todos — crentes e não crentes — como os acontecimentos da Cova da Iria têm um lado "profundamente humano" e atual.
Contudo, admite que só faz o que faz pelo público, já que na política não se fia. Com "loucura e muita teimosia", continua a escrever a história do espetáculo em Portugal, país que considera deixa esquecer grandes nomes em pouco tempo.
Uma entrevista para ler nesta newsletter.
Tentei ter uma conversa sobre a situação das mulheres na aldeia global que é o mundo e a resposta do outro lado foi: Ah, não sei se será bem assim, sabes que muita informação é construída e as mulheres estão muito melhores. Continuar a ler