Portugal atento aos EUA: há medidas para responder às tarifas
Edição por Alexandra Antunes
O Conselho de Ministros discutiu hoje o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos EUA. Em resposta, foi preparado um conjunto de medidas, o Programa Reforçar.
Após a reunião, Luís Montenegro lembrou a relação com os EUA. "Portugal está ligado aos Estados Unidos da América por uma sólida amizade e uma intensa relação política e económica. Ambos somos fundadores da Aliança Atlântica e, a nível bilateral, temos um acordo de cooperação e de defesa".
"Por vezes, é preciso assumi-lo, até com os nosso grandes amigos temos algumas divergências". Assim, o "aumento de tarifas que ontem os Estados Unidos começaram a aplicar, mas que entretanto suspenderam", ameaça "o crescimento económico mundial e pode conduzir a um conflito comercial que, na nossa perspetiva, não beneficia ninguém", afirmou o primeiro-ministro.
Para responder às tarifas americanas, o governo preparou um conjunto de medidas "com um volume superior a dez mil milhões de euros", anunciou.
Montenegro defendeu que o quadro de atual incerteza mundial agravado pela crise das tarifas “é mesmo o momento de ter adultos na sala”, avisando para a “impreparação e precipitação de alguns agentes nacionais”.
O primeiro-ministro defendeu que “não é tempo de aventuras” e que “nunca a estabilidade, a experiência, a prudência e a maturidade política foram tão decisivas”.
Quais as medidas?
O Governo lançou medidas para o apoio rápido às empresas exportadoras, face às tarifas lançadas pelos EUA, que passam por linhas de crédito, seguros de crédito e a expansão de apoios à internacionalização.
Esta estratégia pretende que as empresas possam "responder e mitigar" o impacto das tarifas em Portugal e apoiar a procura de novos mercados para as exportadoras.
As medidas arrancam já em maio e junho e “quase todas” estarão no terreno no próximo trimestre, garantiu o ministro da Economia.
Segundo Pedro Reis, Portugal não vai ter défice. "E com o poder afirmar que não vai haver défice numa fase de volatilidade mundial, numa fase de instabilidade, quer dizer que algum trabalho de casa terá sido feito para escorar a nossa economia".
Além das medidas para a economia, foi também anunciado que Portugal vai antecipar a meta de atingir 2% de investimento em Defesa do Produto Interno Bruto, que estava prevista para 2029.
O primeiro-ministro assegurou que esta antecipação será feita “sem pôr em causa a capacidade do Estado Social e a estabilidade das contas públicas”.
No estado em que o mundo se apresenta, a todos os níveis, a morte tem apenas a doçura de poupar a algumas realidades a que estamos sujeitos. Continuar a ler